A Suzano Papel e Celulose, segundo Luiz Cornacchioni, gerente da unidade de negócio florestal, já usa biossólido - de 3 mil a 5 mil toneladas ao ano - da estação de tratamento de esgoto de Jundiaí em suas plantações de florestas. Os custos do insumo ficam 15% mais baixos do que os fertilizantes de origem mineral, considerando o aumento do rendimento da produção. "Aplicamos em áreas deficitárias, pois nossa preocupação é conseguir o máximo de rendimento por hectare", explica o gerente.
A Suzano procura privilegiar o uso de biossólido, mas o executivo diz ser fundamental que a unidade de tratamento esteja situada próximo da área de plantio. "Nosso gasto maior é com o transporte; se a estação de tratamento estiver muito longe, não compensa."
A Eucatex ainda não utiliza o fertilizante orgânico, mas Edward Fagundes Branco, gerente-geral da área florestal, diz que há interesse. "Não resta dúvida de que o uso do lodo como adubo é mais vantajoso financeiramente do que outros fertilizantes". Branco aposta mais no biossólido como compensatório ou produto que poderá ajudar no processo de racionalização. "As reservas de minérios e fertilizantes no mundo podem ser economizadas; o lodo surge como forte substituto, embora de forma parcial."
Segundo Bueno, da Sabesp, as empresas reivindicam uma ajuda financeira para transporte e aplicação do lodo, pois não há interesse quando se situa distante de uma ETE. Hoje, em Franca, por exemplo, a empresa deixa de gastar de R$ 60 a R$ 65 com a deposição do lodo em aterro ao entregar o produto aos cafeicultores. "A Sabesp está estudando se mais vantajoso pagar o transporte aplicação do produto para o agricultor ou aprimorá-lo."
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Valor Econômico, 09/03/2007)