Programa de rádio colabora para a popularidade da educação ambiental no Paraná
2007-03-09
No ano de 2006, as alunas de Jornalismo do Centro Universitário Positivo (UnicenP), no Paraná, Marcela Galvão Bernardi e Thaissa Martiniuk realizaram um trabalho sobre meio ambiente através da chamada educomunicação. A proposta – fazer com que crianças produzissem um programa radiofônico sobre meio ambiente – acabou por mostrar que a educação ambiental deve ser trabalhada de forma transversal realmente, como propõe o Ministério da Educação (MEC).
Segundo Marcela, que em parceria com Thaissa desenvolveu o trabalho em uma turma de 4ª. série da escola municipal Pref. Omar Sabbag, em Curitiba, “permitir que as crianças elaborem pautas, perguntas, façam entrevistas e manuseiem o gravador faz com que elas aprendam de verdade o que se quer transmitir. Acho que a educação ambiental deve ser trabalhada justamente desta maneira, para além da linearidade da sala de aula”, afirma.
O trabalho das jornalistas, intitulado “Educomunicação: uma proposta para a educação ambiental”, supõe um aprendizado de conceitos relacionados à boa convivência entre os seres humanos e a natureza através da participação ativa dos alunos nesta tarefa. Para tanto, o rádio foi o meio de comunicação escolhido para dar suporte às atividades, que trataram da questão do lixo e da reciclagem, mais especificamente.
De acordo com Patrícia Rolim de Moura, a professora da turma de 4ª. série em questão, foi muito interessante perceber que os alunos introduziram em casa a prática de reciclagem. “Eles visitaram a usina de triagem de Campo Magro, entrevistaram a (ambientalista) Teresa Urban, escolheram o nome do programa, produziram porta-lápis com material reciclável: acho que tudo isso colaborou para que as crianças transmitissem os conhecimentos para os familiares”, relata Patrícia.
Ao longo de 13 encontros entre as jornalistas e a turma de 4ª. série da escola Omar Sabbag, as idealizadoras do projeto puderam perceber uma mudança de conduta por parte dos alunos. “No começo as crianças estavam mais inibidas, não falavam tanto. O vínculo que nós criamos com elas e a possibilidade que o rádio fornece de expressar sentimentos acabou deixando elas mais soltas e, principalmente, atentas à questão do meio ambiente”, aponta Marcela, justificando que o rádio foi o meio escolhido por ser de baixo custo e ter uma linguagem que vai ao encontro da linguagem das crianças.
A intenção das autoras do projeto é expandir a idéia para a rede municipal de ensino. Assim, a educação ambiental seria trabalhada nas escolas, incentivando os alunos a preservar a natureza, porém, de forma não-tradicional – a idéia é implantar um sistema de som em cada uma das instituições de ensino da capital para que os alunos possam dar continuidade à experiência de elaborar programas radiojornalísticos sobre meio ambiente.
O projeto, que engrandece o processo de educação ambiental principalmente pelo fato de ser trabalhado entre crianças e de uma forma original, ficou em terceiro lugar na 22ª edição do prêmio "Jovem Cientista do Futuro". Esta premiação é resultado de uma parceria entre Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Grupo Gerdau, Fundação Roberto Marinho e Eletrobrás/Procel e, no ano passado, teve como tema a “Gestão Sustentável da Biodiversidade”.
(AmbienteBrasil, 09/03/2007)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=29936