Portugal rejeita nuclear e aposta nas renováveis, afirma primeiro-ministro português
2007-03-09
O primeiro-ministro José Sócrates rejeitou, em Bruxelas, a opção pela energia nuclear em Portugal, defendendo que a aposta passa pelas fontes renováveis. «Os países que quiserem tomar a opção pelo nuclear, façam o favor. Em Portugal, não, o nosso caminho está definido», afirmou Sócrates, horas antes do início da Cimeira da Primavera, revela a Lusa.
Alguns Estados, liderados pela França, defendem que as «renováveis» são insuficientes para contrariar a emissão de gases nocivos e pretendem objectivos que incluam energias de baixo teor de carbono, como a nuclear.
Questionado sobre essa possibilidade, o chefe do Governo português sublinhou a importância dos 27 acordarem um objectivo quantificado para a «quota» de energias renováveis, cabendo a cada Estado-membro decidir sobre o «mix» energético, ou seja, as fontes de energia que cada país utiliza.
«Em Portugal, nós não usamos o nuclear, nem pretendemos usá-lo. A nossa aposta é nas energias renováveis», reforçou, apontando que «esse caminho já está a ser utilizado», designadamente através da aposta na energia eólica e a utilização do potencial hídrico do país, «que está desaproveitado».
Em busca de consenso
Embora de acordo quanto às metas globais a atingir para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, os 27 estão ainda divididos sobre o papel das energias renováveis e nuclear para se alcançarem esses objectivos.
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, país que preside actualmente à UE, e Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, tentarão, mais uma vez, convencer os 27 da necessidade de estabelecerem uma «meta vinculativa» para que, até 2020, 20% da energia consumida na União seja proveniente de «fontes renováveis» (solar, eólica, hidráulica e bio massa).
(Leiria Econômica, 08/03/2007)
http://www.leiriaeconomica.com/item1348.htm