(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-03-09
Pesquisa apresentada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que trabalhadores de marmorarias na cidade de São Paulo estão expostos a uma quantidade de sílica cristalina (quartzo) até 54 vezes maior que a tolerada em normas internacionais. O estudo da química Ana Maria Tibiriçá Bon mostra que a sílica na poeira respirável que se desprende das rochas aumenta os riscos de silicose, doença pulmonar incurável.

Ana Maria pesquisou 27 marmorarias, analisou 762 amostras de ar e 122 amostras de matérias-primas. Também foram realizados exames clínicos e radiológicos em 267 trabalhadores. "Entre os acabadores, mais expostos à poeira, a concentração média de sílica cristalina respirável foi de 0,19 miligramas por metro cúbico de ar (mg/m3) durante uo uso de várias matérias-primas ao mesmo tempo", conta. "O valor de referência internacional adotado admite apenas 0,05 mg de sílica por metro cúbico de ar".

A química ressalta que a exposição à sílica cristalina respirável é maior em trabalhos com granito (rochas silicáticas), material mais usado nas marmorarias, e que contém até 30% de quartzo em sua composição.

"A concentração média de sílica cristalina respirável no ar foi de 0,36 mg/m3, mas encontrou-se até 3,55 mg/m3, 70 vezes mais que o valor de referência adotado", relata Ana Maria, pesquisadora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). "O teor de sílica cristalina respirável no ar pode chegar a 38% para o quartzito e até a 52% em rochas sintéticas, compostas de quartzo e cimento".

Regulamentação
O contato com a sílica cristalina respirável é maior entre os acabadores devido à técnica empregada para desbastar as rochas a seco. "No caso dos cortadores, a serragem do material é feita com água, para reduzir o desgaste da ferramenta de corte, reduzindo a quantidade de poeira", explica a pesquisadora. "Já os acabadores usam lixadeiras e discos de aço diamantado, fazendo o beneficiamento à seco e aumentando a exposição à sílica".

Entre os trabalhadores pesquisados, 25% referiram ter sintomas de distúrbios pulmonares. "A incidência de silicose chegou a 2%, próxima da média registrada pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que é de 3%", diz Ana Maria.

Segundo a pesquisadora da Fundacentro, a medida de maior impacto na redução das concentrações de poeira nas marmorarias é o uso de ferramentas pneumáticas ou elétricas (com proteção contra choque), que trabalham com água. “Para estas situações de trabalho a concentração média de sílica cristalina respirável foi de 0,04mg/m3”, aponta. “O custo da implantação desse equipamento nas marmorarias de menor porte varia entre 15 e 20 mil reais, com venda financiada para micro e pequenos empresários”.

Ana Maria defende também uma revisão na legislação brasileira sobre exposição ocupacional à sílica, estabelecida na Norma Regulamentadora 15 (NR-15), anexo 12, do Ministério do Trabalho. "O limite permitido no País varia conforme o teor de sílica cristalina na poeira respirável a que o trabalhador está exposto, equivalendo aproximadamente ao dobro do nível tolerado no exterior". A pesquisa integra o Programa Nacional de Eliminação da Silicose, coordenado pela Fundacentro.
(PorJúlio Bernardes, Agência de Notícias da USP, 08/03/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -