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2007-03-08
Por Antonio Germano Gomes Pinto *
O excesso de gases do efeito estufa, má distribuição da água e do calor atmosférico, além da falta de educação da maioria dos habitantes do planeta está levando a comunidade científica ao desespero.

O primeiro, excesso dos gases do efeito estufa, parece irreversível, pois, se continuamos a obter energia a partir dos combustíveis fósseis, fatalmente, maiores concentrações desses gases ainda serão incorporados à atmosfera. Este é um fato indiscutível e não há saídas para tão grave problema a curto ou médio prazos. Ou o mundo pára de utilizar o combustível fóssil ou a vida animal será asfixiada.

O mais imediato dos problemas e, a nosso entender, o mais fácil de se resolver, é o da má distribuição da água e calor sobre o planeta.

Os principais fixadores, distribuidores e dosadores da água no meio ambiente, na natureza, são os vegetais. Retirado o verde, a água vai embora, levando consigo as micro faunas e floras além dos nutrientes naturais do solo e, como conseqüência imediata, há elevação da temperatura no local devastado.

Sem o verde e suas raízes, o solo deixa escapar os seus componentes naturais, torna-se arenoso e estéril ao ser castigado pelos raios solares, tendo como conseqüência a desertificação. Além disso, a presença da água, retida na estrutura verde, mitiga o calor.

Onde existem árvores, a temperatura se torna amena devido à presença da umidade e a movimentação do ar, leve brisa, provocada pelo contraste térmico provocado pela luz solar intensa e a sombra das arvores.

Se criarmos mecanismos para reter a água no solo, parte dos problemas estarão resolvidos, a vida animal se extinguirá asfixiada pelo excesso de gás carbônico e não lentamente “torrada” pelo calor excessivo!

Foi pensando nisso que fizemos algumas experiências utilizando um material abundante e problemático para o meio ambiente, principalmente nas grandes cidades, a garrafa de PET ou poli (tereftalato de etileno).

Toma-se a garrafa e, com uma tesoura, abre-se a mesma, a partir da “boca” até o inicio da curvatura do casco ou corpo da mesma. O ideal é que se faça quatro cortes, provocando aberturas do local cortado.

A seguir, com as mãos, força-se estas aberturas, obrigando-as a abrir como se fossem formar pétalas de uma flor.

A seguir, enche-se a garrafa assim cortada com o solo do local da experiência ou com terra adubada, tendo-se o cuidado de molhar o material.

Abre-se um buraco (cova) no local previamente destinado e enterra-se a garrafa cheia de terra úmida, tendo-se o cuidado de manter a parte cortada bem aberta ao ser enterrada, cobrindo-a com terra.

Esta parte da garrafa, cortada e mantida aberta, irá funcionar como calhas, dirigindo as águas das chuvas ou da irrigação para dentro da garrafa.

A profundidade da garrafa e o distanciamento das mesmas devem ser estipulados em função da cultura a ser desenvolvida no local, se de raízes profundas ou rasas.

Após as chuvas, o material previamente colocado no interior da garrafa irá se encharcar, como uma esponja e, após as estiagens, a água retida sairá lentamente por efeito capilar, mantendo a terra ao seu entorno úmida, irrigando as raízes durante as estiagens.

É interessante se notar que o local passa, por mais seco e árido que seja, a se recuperar a partir do primeiro ano da experiência.

Observe-se que um problema ambiental sério representado pela garrafa de PET passa a ser uma solução para outro problema, a ausência da água em alguns locais agricultáveis.

Nosso solo é rico e fértil, a grande dificuldade é muitas vezes a ausência da água.

O “sistema de irrigação” assim montado irá durar mais de cem anos, tempo necessário para integração do PET à natureza e, quando isso acontecer, a área já estará recuperada e não precisará mais das garrafas.

* Antonio Germano Gomes Pinto é bacharel e licenciado em Química, químico industrial, engenheiro químico, especialista em Recursos Naturais com ênfase em Geologia, especialista em Tecnologia e Gestão Ambiental, professor universitário e autor de duas patentes registradas no INPI e em grande número de países.
(AmbienteBrasil, 08/03/2007)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=29897

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