Organizações da Bacia do Rio São Francisco farão do dia Internacional da Mulher um momento de debater a soberania alimentar, violência contra a mulher, mobilização pela revitalização e contra o projeto de transposição. Durante as atividades de formação e atos públicos o tema será debatido e servirá como preparação para o acampamento, previsto para iniciar na próxima segunda-feira (12/03), em Brasília.
Na região do Alto, em Minas Gerais, haverá três dias de formação em uma das maiores cidades em população e despejo de esgotos no São Francisco, Belo Horizonte. As ações iniciaram na terça-feira (06/03) com panfletagem e apresentações sobre as questões em torno do superprojeto, do governo federal.
Para esta quinta-feira (08/03) haverá uma grande passeata, mulheres de Buritizeiro, Janaúba e da capital mineira encenarão pelas ruas da cidade os problemas do rio. O ato é organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Movimento dos Sem Terra (MST), Cáritas, Pastorais Sociais, Conlutas e Fórum Social Mundial de Minas Gerais (FSMMG). A panfletagem em Belo Horizonte acontece desde o lançamento da Campanha da Fraternidade, em preparação para o acampamento que acontecerá em Brasília, pelo menos quatro ônibus sairão daquela cidade em direção ao distrito federal.
Manifestantes do Submédio asseguraram dois ônibus durante a ocupação do escritório regional da Codevasf, dia 26 de fevereiro, para participar das atividades em Salvador, que já iniciaram. A abertura aconteceu no dia 5, e ao longo da semana acontecem mesas de debate que têm como temas centrais: Soberania Alimentar e Violência Contra a Mulher.
O São Francisco entrou na programação oficial, com a oficina: ‘O Velho Chico Pede Socorro’, organizada e conduzida pelo Fórum Permanente em Defesa do São Francisco, da Bahia. A passeata do dia 8 pelas ruas de Salvador terá concentração na Praça Campo Grande, a partir das 14h. Nesse momento, os motivos do São Francisco serão lembrados através de alegorias, como a do surubim, de sete metros, que foi confeccionada para o Acampamento de Formação e Mobilização, de Cabrobó, em Pernambuco, no ano passado. As atividades na capital baiana são organizadas pelo MST, Ceta e mulheres indígenas.
Do Baixo São Francisco, mulheres seguiram em caravana para as atividades que iniciaram ontem em Maceió, Alagoas, com seminário e feira. Hoje foi realizado um debate sobre o projeto de transposição. O dia oito será marcado por atos públicos e o lançamento da Via Campesina, formada pela Comissão Pastoral da terra (CPT), MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL). No mesmo dia, em Paulo Afonso, na Bahia, de manhã haverá um debate sobre a instalação do conselho dos Direitos da Mulher, a tarde uma manifestação com passeata pelas ruas, seguida por uma celebração na igreja de São Francisco. Ainda no dia oito, entidades de Própria, em Sergipe, também organizam ato na cidade.
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Adital, com informações da Comissão Pastoral da Terra, 07/03/2007)