Ministério Público vai investigar óleos Soya e Liza
2007-03-07
O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou ontem (6/3) um inquérito civil para investigar os óleos Soya e Liza, produzidos respectivamente pela Bunge e pela Cargill. De acordo com o inquérito, o MP vai apurar a denúncia feita em outubro de 2005 pelo Greenpeace e tomar as providências cabíveis, que podem incluir até Ações Civis Públicas contra as empresas. A primeira medida adotada é um pedido formal de informações às empresas, que deverá ser respondido no prazo de 20 dias.
“A decisão de investigar os óleos Soya e Liza é uma ótima notícia para os brasileiros, porque vai garantir que os consumidores tenham todas as informações necessárias para escolher conscientemente o que vão comer”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace. “É fundamental que os brasileiros sejam informados sobre o que estão comprando. Isso está garantido pelo Código de Defesa do Consumidor e precisa ser respeitado”.
Em outubro de 2005, cerca de 20 ativistas do Greenpeace foram à Brasília para entregar ao governo um dossiê que comprovava a utilização de soja transgênica na fabricação dos óleos Soya e Liza. Os ativistas desceram a rampa do Congresso Nacional empurrando 20 carrinhos de supermercado cheios de latas de óleo da Bunge e da Cargill, e se posicionaram próximos à entrada da Câmara dos Deputados enquanto a denúncia era entregue aos parlamentares.
O dossiê de denúncia foi entregue em mãos aos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e João Alfredo (PSOL-CE), reivindicando o cumprimento do decreto que determina a rotulagem dos produtos fabricados com matéria-prima transgênica. O material do dossiê trazia amostras de soja, documentos e um vídeo com declarações de caminhoneiros e imagens da realização de testes. Confira aqui o vídeo que comprova a contaminação da soja da Cargill e da Bunge.
Agora, faltando menos de 10 dias para o Dia Mundial do Consumidor, o Ministério Público do Estado de São Paulo finalmente instaurou um inquérito para investigar as informações apresentadas pelo Greenpeace em 2005.
De acordo com o decreto de rotulagem, em vigor desde abril de 2004, todos os produtos fabricados com mais de 1% de organismos geneticamente modificados devem trazer essa informação no rótulo. Isso vale mesmo para produtos como o óleo, a maionese e a margarina, em que não é possível detectar o DNA transgênico.
(Greenpeace Brasil, 06/03/2007)
http://www.greenpeace.org.br/consumidores/noticia.php?c=3143