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2007-03-06
Durante décadas, a monocultura da batata-semente imperou entre os produtores rurais de Maria da Fé, cidade no sul de Minas com 15 mil habitantes, a 1.258 metros de altitude e conhecida pelo inverno rigoroso. Com o solo esgotado e em meio a um cenário de crise na década de 90, o Sebrae realizou diagnóstico para mapear novas possibilidades para o município. Um dos caminhos encontrados foi o incentivo à produção de alimentos orgânicos.

Em 1998, alguns agricultores foram conhecer a produção de batata orgânica em Mogi das Cruzes (SP). “Eu não acreditei quando vi um formigueiro convivendo com as batatas”, relata Sérgio Lambiase Filho, agricultor e relações públicas da Associação de Produtores de Agricultura Natural de Maria da Fé (Apan-Fé). Daquela visita aos dias de hoje, Maria da Fé virou uma referência nacional na produção de alimentos orgânicos, a ponto de sediar em setembro de 2006 a 7ª Conferência Nacional de Biodinâmica.

A Apan-Fé, formada por 12 agricultores em 2000, atualmente reúne 30 produtores. A cultura da cooperação tem marcado presença entre os associados. Um exemplo é a produção do composto orgânico, que substitui o adubo inorgânico, feito em regime de mutirão em uma das propriedades e em sistema de rodízio, de acordo com a necessidade de cada produtor. Grande parte da produção, cerca de 90%, abastece o mercado paulista, e o restante é comercializado nas cidades de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e São Lourenço.

Atualmente, os produtores têm uma cesta de, em média, 30 produtos, entre verduras, legumes e frutas. O mercado para o alimento orgânico tem-se ampliado, e o Brasil ocupa o segundo lugar na produção desse tipo de alimento na América Latina.

Nos últimos anos, os agricultores têm participado de feiras como a BioBrasil e a Feira de Holambra, em São Paulo, e a Biofach-América Latina. A produção do alimento orgânico, segundo Lambiase, é, em média, 30% a 40% mais cara que a convencional. Mas ele garante que “é uma agricultura economicamente sustentável, ecologicamente correta e socialmente justa”.

Deixar para trás décadas de prática da agricultora convencional não foi fácil, e Lambiase afirma que é sempre um desafio atrás do outro. “Imagine você tirar toneladas de batatas e depois não conseguir produzir nada. Tivemos que esperar o tempo da recuperação do solo e mudar nossa cabeça”, explica.

Encarar o desafio foi a única saída para o agricultor José Ivo da Silva. “Fali na agricultura convencional. Cheguei à fase do zero. Colhia um saco de batata e vendia a R$ 5,00. Depois de pagar toda a despesa, sobrava R$ 1,00, sendo que R$ 0,50 ia para o parceiro e os outros R$ 0,50 eu dividia com meus dois irmãos”, relata José Ivo, com grande tristeza no olhar. Convidado a formar a Apan-Fé, ele afirma que nunca tinha ouvido falar em agricultura orgânica. “Os quatro primeiros anos foram muito difíceis, mas fui a primeira pessoa a ser certificado pela CMO (Certificadora Metiocada)”, conta com orgulho.

A diversidade, uma das marcas da agricultura orgânica, pode ser constatada na produção de José Ivo, que agora planta feijão vagem, tomate, cenoura, repolho, morango, mudas de oliveiras, amora preta e pêssego, entre outros.

“O Sebrae foi aquele que chegou de mansinho e que cada dia favorece mais a Associação”, avalia José Ivo, que participou de todos os cursos oferecidos pela Instituição. Ele diz que, quando os produtores estavam desanimados, o Sebrae chegou e “deu uma injeção de ânimo em cada um”. Estão previstas diversas ações voltadas para os produtores de Maria da Fé e que serão em 2007, informa a técnica do Sebrae na Microrregião de Itajubá, Pollyanna Calixto.

Além de apoio para participação em feiras, serão ministrados cursos e desenvolvidos projetos de cultura da cooperação, planejamento e ainda a articulação entre os produtores e outros parceiros. Segundo Pollyanna, o grupo da Apan-fé é muito unido e sempre buscou o apoio do Sebrae.
(Envolverde/Agência Sebrae, 05/03/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28652

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