Rio de Janeiro faz acordo para reduzir emissões de gases do efeito estufa
2007-03-06
O governo do Rio e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) assinam hoje (6/3), um protocolo de cooperação para combater o aquecimento global.
O convênio prevê apoio técnico para a implantação de um programa estadual de redução dos gases do efeito estufa, que inclui, por exemplo, o repasse de uma metodologia para produzir indicadores mais confiáveis sobre a quantidade de poluentes lançados na atmosfera.
Na ocasião, o diretor-executivo da agência, Achim Steiner, vai lançar no Brasil uma campanha mundial para plantar 1 bilhão de árvores no planeta.
A parceria com o Pnuma, destacou ontem o secretário de ambiente, Carlos Minc, tem um significado importante para o Rio, que pretende ser a capital ambiental do Brasil e sediar, no ano que vem, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP). “Queremos ser um pólo de tecnologia limpa, e o Brasil está muito atrasado nisso. Ficamos cobrando dos países ricos a implementação do Protocolo de Kyoto, que exige legalmente deles a redução das emissões de gases poluentes, mas precisamos também ter responsabilidade. E o Rio é um Estado no qual as áreas de siderurgia e petróleo ainda vão crescer muito”, observou ele, referindo-se a duas atividades de grande potencial poluidor.
Sem noção do estrago
Segundo Minc, o Estado ainda não tem um levantamento que dê conta da quantidade de emissões de gases do efeito estufa, mas a informação é considerada fundamental para a elaboração de políticas públicas, diz ele, lembrando que ao tomar posse, em janeiro, criou uma Superintendência de Clima e Mercado de Carbono.
Entre os projetos elaborados, mas ainda não executados, está a conversão dos ônibus que operam na região metropolitana do Rio, substituindo combustíveis mais poluentes pelo gás natural. “Já conseguimos apoio da Petrobrás e do BNDES”, diz Minc.
O convênio com a ONU vai ser útil também ao Projeto de Neutralização de Carbonos do Estado do Rio, que a Secretaria do Ambiente vai lançar em breve, buscando a recomposição da mata atlântica, bioma que hoje está reduzido a menos de 7% de sua área original, segundo a ONG SOS Mata Atlântica.
(Por Karine Rodrigues, O Estado de S. Paulo, 06/03/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/mar/06/29.htm