Derramamento de químicos pode ter causado espuma que invadiu avenida de Pelotas
2007-03-06
Na tarde de ontem (5/3), uma equipe do Serviço Autônomo do Saneamento de Pelotas (Sanep) retirou amostras da substância
espumosa que invadiu a avenida João Goulart no último fim de semana. Para o diretor-presidente do Sanep, Ubiratan Pierobom
Anselmo, à primeira vista, o caso parece remeter ao derramamento de componentes químicos no canal Santa Bárbara.
Segundo Anselmo, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) também está monitorando a situação e irá aguardar os resultados
das análises para tomar alguma atitude. "Achamos que isso ocorreu por causa de produtos largados ali por alguma indústria,
mas só teremos certeza depois de analisar as amostras que recolhemos", falou. Os resultados devem sair ainda hoje.
Desde a sexta-feira à noite, motoristas que trafegavam pela avenida próxima à Rodoviária foram surpreendidos por uma espuma
com odor desagradável saída do canal Santa Bárbara e lançada ao meio da pista por rajadas de vento. Os conjuntos de espuma
branca pareciam ter sido formados por uma substância de cor levemente caramelada.
Por outro lado
Na constatação preliminar do coordenador do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Marcelo Dutra da
Silva, o acúmulo de detergentes ou sabões ainda não degradados em contato com o grande volume de água verificado no canal
Santa Bárbara, nos últimos dias, também pode ser o provável responsável pela formação da espuma.
"Com o volume de água do canal e com o aumento do escoamento da rede de esgoto, detergentes que não degradaram foram
acumulados e começaram a gerar espuma", especulou Silva. De acordo com ele, o fenômeno deve ter acontecido por causa de
efluentes orgânicos das próprias residências dos bairros ao redor do local. "Imagino que não seja nada grave, mas, de
qualquer forma, é um caso que merece atenção", disse, ao defender a tese de que a organização do município com instituições
locais em estudos sobre fenômenos ambientais pode diminuir bastante as conseqüências negativas destes episódios.
(Por Taís Brem, Diário Popular, 06/03/2007)
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