Ativistas mobilizam-se contra o avanço da agricultura no cerrado
2007-03-06
Ambientalistas de várias organizações não-governamentais discutiram no Maranhão o avanço da agricultura sobre áreas da floresta amazônica e do cerrado. A maior preocupação é com a soja. Os ativistas acertaram estratégias para barrar a devastação da Amazônia e do cerrado, onde crescem as lavouras de soja.
Os ambientalistas querem pressionar os investidores internacionais para que deixem de comprar soja produzida em áreas degradadas do Brasil. As organizações são contra o crescimento da área de plantio de soja no cerrado e na Amazônia brasileira. “Buscamos um mercado, que é fazer o consumidor, pois existem consumidores muito exigentes principalmente no mercado europeu, pressione e diga que não quer comprar a destruição da Amazônia nem a destruição do cerrado”, afirma a ambientalista do Greenpeace Tatiana Carvalho.
O Greenpeace e o Solidariedade, organizações estrangeiras com atuação no Brasil, alertam para o risco de um aniquilamento das comunidades tradicionais nas regiões ocupadas pela soja.
O cerrado maranhense foi citado como exemplo. O plantio na região sul do Estado cresceu de quatro mil para 360 mil hectares em 20 anos. Setenta por cento dos sertanejos teriam deixado o campo para viver nas cidades, não foram empregados nas lavouras mecanizadas.
“As empresas que negociam a soja, assim como as empresas que estão prevendo a ampliação da produção de etanol no Brasil por meio da cana-de-açúcar, têm de se dar conta que nós não vamos conseguir garantir o futuro do nosso planeta se nós não tivermos, especialmente no cerrado e na Amazônia brasileira, o respeito com as populações e a biodiversidade”, declara a ambientalista da ONG Instituto Sócio-ambiental, Adriana Ramos.
Os encontros estão ocorrendo em várias regiões do cerrado e da Amazônia. Os ambientalistas pretendem tirar dessas reuniões uma estratégia conjunta para combater o desmatamento.
(Rios Vivos, 05/03/2007)
http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=19&mat_id=10308