Vantagem de cortar poluição compensará custos futuros, diz UE
emissões de co2
2007-03-06
As metas de corte de emissões de dióxido de carbono da UE - União Européia agregará custos à economia do bloco, no curto prazo, mas esses custos seriam superados pelo preço de não fazer nada, afirmou o presidente do órgão executivo da UE, a Comissão Européia, José Manuel Barroso.
Os líderes europeus votarão, no final desta semana, a adoção de metas para cortar as emissões de CO2 em 20% até 2020, prometendo ir além se outros países se unirem ao esforço. Mas o principal lobby empresarial europeu, o BusinessEurope, disse temer que a meta unilateral seja ambiciosa demais, afirmando que poderá causar graves danos à competitividade se outras economias não a seguirem.
Barroso, porém, afirmou que outras regiões do mundo estão se conscientizando da importância de combater o aquecimento global.
"Está claro que os Estados Unidos mudarão para uma posição mais firme na mudança climática. É uma questão de tempo", afirmou. Ele disse que, mesmo na Europa, há diferentes níveis de entusiasmo para com os cortes, mas que "ninguém é realmente capaz de se opor" a eles.
Barroso declarou que a Europa poderá criar empregos ao se converter numa economia de baixa emissão de carbono, dizendo que o bloco poderá ter a vantagem de fazer a primeira jogada na criação de um mercado de energia renovável.
"É um bom negócio, e é bom também do ponto de vista econômico", afirmou. "Não se trata de pôr a agenda verde na frente da agenda da competitividade".
Em carta à chanceler alemã Angela Merkel, o BusinessEurope disse que as empresas da União Européia estão preocupadas também com outra meta obrigatória, a de geração de 20% de toda a energia por fontes renováveis, até 2020.
O presidente do comitê de meio ambiente do grupo, Nick Campbell, disse a jornalistas que essa meta não é realista e representa "um passo rumo ao desconhecido", porque ninguém jamais avaliou o impacto da decisão na economia européia. BusinessEurope afirma que a meta de fontes renováveis vai requerer uma enorme quantidade de investimentos em novas redes de energia, que poderão consumir até 70% de todo o financiamento do setor.
O grupo fez elogios à opção nuclear, dizendo que esse tipo de energia teria "uma contribuição muito forte" a dar, sendo um meio de geração de eletricidade que não gera CO2. O lobby pede que a fatia da energia européia gerada por usinas nucleares passe de 32% para 40% até 2030.
(Associated Press, 05/03/2007)
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