COMEÇA HOJE A CONFERÊNCIA DO CLIMA EM MARRAKESH
2001-10-29
- Não há razão para os países negarem a implementação do pacto de quatro anos sobre o aquecimento global, uma vez que as regras deverão ser finalizadas em duas semanas, anunciou ontem a delegacão da União Européia com relação à conferência do clima, a 7ª Conferência das Partes (COP 7), que se inicia hoje (29/10) em Marrakesh, Marrocos. Somente da União Européia, espera-se a presença de 15 países. O ministro belga do Meio Ambiente, Olivier Deleuze, disse que os diálogos internacionais que se iniciam hoje devem resultar em um texto que compile as decisões de Kyoto, de 1997, e torne claros os impactos econômicos relativos a todos os participantes. - Se houver um acordo em marrakesh, então será muito difícil aos países dizerem que não têm informação suficiente para não ratificar o protocolo, disse Deleuze. Em julho deste ano, em Bonn, na Alemanha, a União Européia confirmou sua intenção de assinar o acordo no ano que vem, mas países-chave nesse processo, como Estados Unidos, Rússia, Canadá e Japão ainda estão sem definir sua posição. - Estamos agora renegociando Kyoto, eu não quero que qualquer porta aberta em Bonn seja fechada, destacou Deleuze. Ele acredita que, se forem mantidos os termos compromissados no encontro de julho, com o estabelecimento de venda de emissões por parte dos países com maior índice de emissão de CO2 para os que têm maiores condições ambientais de absorver esse gás estufa - florestas, no caso - será possível chegar à redução de 2,5% ou até mesmo 3% das emissões globais. - Se os Estados Unidos mantiverem o mesmo comportamento de Bonn, para mim estará tudo bem, acrescentou ele, lembrando que os norte-americanos são responsáveis por 25% das emissões do planeta e que os demais países não esperam que os Estados Unidos retornem à discussão original, de Kyoto, de cujos termos os Estados Unidos oficialmente renunciou em março deste ano. A delegação dos Estados Unidos, que vai para Marrakesh como parte da Convenção para Mudança Climática estabelecida na Rio 92 pelas Nações Unidas, informou que não irá atrapalhar as negociações, a menos que isso coloque em risco os interesses econômicos do seu próprio país.