Cientistas criam projeto na USP que educa e incentiva reciclagem de óleo de cozinha
2007-03-05
Os defensores da reciclagem acreditam que se houver estímulo para a fabricação de biodiesel a partir do óleo de cozinha usado, isso pode levar o óleo vegetal de volta ao sistema produtivo e até substitir o consumo de óleo diesel (um derivado de petróleo).
É exatamente isso que um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto decidiu fazer. Preocupados com o problema do descarte do óleo de cozinha, pesquisadores do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas do Departamento de Química da USP criaram um projeto que ao mesmo tempo educa e recicla o óleo de cozinha.
O projeto “Biodiesel em casa e nas escolas” atua em escolas e restaurantes. O coordenador Daniel Armelim explica que os pesquisadores distribuem nas escolas públicas um material didático que explica os prejuízos que o óleo de cozinha pode causar à natureza e os convence a levar o óleo utilizado em casa para a escola. O grupo também recolhe o óleo comestível utilizado em restaurantes da cidade de Ribeirão Preto.
“Nós desenvolvemos um material didático para as escolas, entregamos para os docentes e educamos as crianças através desse material, explicando e incentivando que eles levem o óleo usado da casa deles para a escola, ao invés de jogar fora e poluir o meio ambiente”, explica Armelim.
Todo o óleo recolhido é transformado em biodiesel no laboratório de química da USP. O produto é misturado ao álcool etílico e usado como combustível num projeto que, segundo Daniel, é considerado o maior programa de testes veiculares com biodiesel etílico do mundo.
“Conseguimos transformar o óleo vegetal em biodiesel com o etanol, o álcool da cana-de-açúcar. Então o nosso biodiesel é o único do mundo 100% renovável”, comemora o pesquisado da USP.
A idéia agora, segundo Armelim, é convencer as grandes montadoras de automóveis a adotar o biodiesel etílico. “Desenvolvemos esse programa de testes para provar para essas empresas que o biodiesel etílico é tão bom ou até melhor que o metílico, que já existe na Europa e nos Estados Unidos”.
(Por Irene Lôbo, Agência Brasil, 04/03/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/04/materia.2007-03-04.2694264376/view