AMBIENTALISTAS QUEREM MORATÓRIA DA EXPLORAÇÃO DA REGIÃO .
2001-10-29
A decisão governamental de suspender as exportações de mogno, anunciada na segunda-feira (22/10), foi tomada após uma série de denúncias do Greenpeace sobre a exploração ilegal de madeira na Amazônia. - O governo brasileiro está agindo para sanar este problema, mas deve ir ainda mais longe: decretar moratória em todas as operações madeireiras de escala industrial na Terra do Meio, já que o mogno é apenas um exemplo da exploração predatória dos recursos naturais da região. Também lançamos um apelo aos consumidores brasileiros e internacionais para que deixem de comprar mogno, a não ser que os produtos tenham o selo FSC, afirma Paulo Adário. O relatório detalha as redes de empresas controladas por Moisés Carvalho Pereira e Osmar Alves Ferreira, conhecidos como Reis do Mogno. Os dois grupos dominam cerca de 80% do mercado de exportação desta espécie. O mogno, aparentemente legal, é exportado pelos grupos de Moisés e Osmar principalmente para os EUA e Europa. Apenas quatro importadoras - DLH Nordisk, Aljoma Lumber, J Gibson McIlvain Co Ltd e Intercontinental Hardwoods Inc consomem mais de 2/3 do mogno comercializado pelos grupos de Moisés e Osmar. O mogno é amplamente utilizado em bens luxuosos como móveis sofisticados, instrumentos musicais, caixões funerários e iates. - A exploração ilegal de mogno é um exemplo claro da destruição descontrolada das Florestas Antigas e de como os governos têm falhado em deter essa devastação, disse Adário. - Os governos devem agir imediatamente para garantir o futuro dessas florestas. Como um primeiro passo, os governos devem apreender todos os produtos de mogno à venda em seus países até que seja comprovada a origem da madeira. A ONG suspeita que por conta dessa atuação específica, o coordenador da campanha da Amazônia, tenha sido ameaçado de morte.