Altura de prédios provoca polêmica em Buenos Aires
2007-03-02
Dois representantes da Organizações de Vizinhos de Caballito (bairro central
de Buenos Aires) e a empresa construtora que os denunciou judicialmente, não
chegaram a um acordo durante uma audiência de conciliação no último dia 19
de fevereiro.
As partes foram convocadas a um novo encontro, fixado para 30 de março. “Os
moradores prometeram que apresentarão provas para respaldar suas denúncias
de que o projeto em questão viola as normas”, disse Gustavo Desplats, um dos
processados, integrante da organização Protocomuna Caballito.
A empresa Koad é a que apresentou a denúncia contra Desplats e contra Mario
Oybin, da S.O.S.Caballito. Os dois são acusados de causar prejuízo econômico
em sua campanha contra o crescimento indiscriminado da construção no bairro.
Associada com a IRSA, que é a maior investidora imobiliara argentina, a Koad
está desenvolvendo um gigantesco projeto numa quadra delimitada pelas ruas
Felipe Vallese, Colpayo, Rojas e Arengreen. Ali estão sendo construídas duas
torres de 34 andares, que esperam inaugurar no próximo ano.
A obra foi alvo de protestos de moradores e a construtora acusou um dos
líderes do protesto de ter feito pinturas na fachada dos prédios que
acusaram de violar as normativas.
Segundo a construtora, em 2001 apresentaram à prefeitura o Estudo de Impacto
Ambiental que a lei exige para todos os empreendimentos que superem os
10.000 metros quadrados de construção.
Os moradores asseguram, porém, que esse estudo não foi apresentado e também
pedem que se realize uma Audiência Pública para discussão do projeto.
Desplats explicou que as torres seguirão seu curso porque as novas
limitações para construir, anunciadas na semana passada, pelo prefeito,
Jorge Telerman, não são retroativas, que somente serão aplicadas ao estudo
de novos licenciamentos.
“Não nos deterão”, disse Mario Oybin, de S.O.S.Caballito, que anunciou uma
paralisação no trânsito nas ruas Avellaneda e Fragata Sarmiento, prevista
para ontem (28/02), próximo, ás 19 horas, em sinal de protesto.
Se não houver acordo na próxima audiência, ficará aberto o caminho para um
processo judicial.
(Por Daniel Gutmann, Clarín, Tradução de Maria Elisa e edição de Carlos Matsubara
20/02/2007)
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