O armazenamento da água das chuvas por meio de um sistema de calhas pode garantir abastecimento da propriedade mesmo em períodos de estiagem. A técnica foi apresentada na tarde de ontem (1/3) pelo coordenador do Programa Estadual de Captação e Manejo da Água da Chuva (Pecmac), Sérgio Musskopf, que encerrou o ciclo de palestras da Expoagro Afubra.
O modelo, que representa uma tendência para o meio rural, consiste na construção de cisternas que podem armazenar a água para aproveitamento na irrigação das lavouras. Lançado no ano passado, o programa ainda não é conhecido de todos os agricultores, mas representa uma oportunidade para muitas famílias. Por meio dele o governo oferece incentivos para os agricultores que pretendem construir cisternas em suas propriedades. Todos os produtores que participam do Pronaf têm condições de conseguir financiamento para instalar o sistema.
Os custos para implantação do programa envolvem a construção da cisterna. “Uma com capacidade para 60 mil litros tem custo de R$ 7 mil e uma de 15 mil litros vale R$ 2 mil”, salienta, lembrando que os interessados devem procurar os escritórios da Emater para se cadastrar.
De acordo com Musskopf, o Pecmac se enquadra no perfil do Vale do Rio Pardo, onde predominam as pequenas propriedades, mas até agora ainda não possui reservatórios. No Estado, o ano passado fechou com 73 unidades construídas. Ele ressalta que, por ter essas características, há condições de ser desenvolvido na região. “A filosofia do programa é segurar na propriedade a água da chuva”, explica.
Para isso podem ser adotadas três medidas. A primeira prevê a construção de cisternas utilizando a técnica de ferrocimento – pequenas barragens de armazenamento das águas que excedem a capacidade das cisternas. A segunda forma de atuação prevê a infiltração, no subsolo, das águas que escorrem nas encostas das propriedades e nas estradas, através de drenos que retêm as águas onde elas caem.
E o terceiro braço do programa consta da readequação da propriedade para segurar as águas das chuvas na parte alta da propriedade. “Aos poucos, ela infiltra e depois a natureza devolve como água potável na parte baixa do terreno”, explicou.
Um modelo desse tipo foi exposto pela Emater na Expoagro. De acordo com o extensionista rural Ricardo Martins, ele é viável e pode ser implantado em qualquer propriedade.
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Gazeta do Sul, 02/03/2007)