Stora Enso decidirá somente em cinco anos se constrói fábrica no Estado
2007-03-02
Pelo menos cinco anos é o tempo que os gaúchos terão de esperar para saber se a Stora Enso efetivará o projeto de instalar um fábrica de celulose na Metade Sul do Estado. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da Divisão América Latina, Nils Grafström, em audiência no Palácio Piratini com a governadora Yeda Crusius e o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Nelson Proença. "Estamos num processo continuado de aquisição de terras e a possibilidade de investimento na fábrica ainda não está decidida", afirmou. No entanto, o processo de aquisição de terras na Fronteira-Oeste continua.
O projeto inicial da empresa sueco-finlandesa prevê o plantio de eucaliptos em uma área de 100 mil hectares, sendo 20% em parceria com produtores integrados da região. Nessa primeira etapa, o plantio de florestas foi efetivado em 5 mil hectares em diferentes propriedades com áreas inferiores a 1.000 hectares, gerando 400 empregos nos municípios de Alegrete, Itaqui, Rosário do Sul, São Francisco de Assis e Unistalda.
Embora o mercado dê como certa a instalação da unidade, o executivo mantém cautela e afirma que uma posição concreta depende de vários fatores, entre eles a necessidade de uma área de 90 a 100 mil hectares de cultivos com eucalipto para abastecer a fábrica. Do início do empreendimento até hoje a Stora Enso adquiriu cerca de 45 mil hectares e implantou escritórios em Porto Alegre e Rosário do Sul.
Sobre o processo legal de compra de terras pela multinacional em áreas de fronteiras, que impediu o registro das terras adquiridas no ano passado, foi necessária a constituição de empresa com capital nacional. "Houve um processo burocrático que já foi resolvido", disse o executivo da Stora Enso. A Lei da Faixa de Fronteira, de 1979, foi classificada pelo secretário Nelson Proença como "anacrônica, que não cabe mais em épocas de economia globalizada."
Para Nelson Proença, o encontro em Porto Alegre foi positivo, uma vez que foi reiterada a intenção da empresa em investir em áreas de florestas no Rio Grande do Sul. "Salientamos a importância no negócio que é estratégico para a Metade Sul."
Recentemente, a empresa adquiriu uma fábrica de papel no Paraná, o que reforça a sua confiança no potencial do País no desenvolvimento da base florestal. A unidade paranaense fabrica papéis destinados ao mercado editorial. Na América Latina a Stora Enso possui cerca de 800 funcionários, a maioria sediados no Brasil, além de escritórios de venda de papel em São Paulo, Buenos Aires, Santiago e México. A empresa também investe no plantio de árvores visando a instalação de fábrica de celulose.
(Jornal do Comércio, Correio do Povo, 02/03/2007)
http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=3888&pCodigoArea=33