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2007-03-02
Diante do ameaçador aquecimento do planeta, cientistas de renome internacional cobram ações políticas efetivas antes que seja muito tarde para evitar uma catástrofe. Os governos devem adotar medidas imediatas para conter a crescente emissão de gases causadores do efeito estufa ou, do contrário, as conseqüências serão “sérias”, afirmam os autores de um estudo científico da Organização das Nações Unidas intitulado “Enfrentar a mudança climática: Evitar o imanejável e manejar o inevitável”. A maioria da comunidade científica internacional atribui o aquecimento do planeta à queima de combustíveis fósseis e outras ações humanas que emitem gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso.

O estudo, de 144 páginas, encomendado há dois anos pela Comissão das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CDS), propõe medidas para reduzir essas emissões, aliviar a pobreza e incentivar o desenvolvimento sustentável. “Algum grau da mudança climática continua sendo imanejável, mas agora é o momento de agir”, disse à imprensa, na sede da ONU em Nova York, John Holdren, professor de política ambiental da Universidade de Harvard e um dos autores do estudo.

A temperatura média global da superfície do planeta já aumentou 0,5 grau centígrado acima do registro de 1750, antes da era pré-industrial, e pode aumentar mais dois graus até o final deste século, o que provocaria “grandes impactos”, segundo a pesquisa apresentada nesta quarta-feira. Holdren e sua equipe assinalaram que o mundo já sofre transtornos climáticos por essa razão, e que o aumento da freqüência e gravidade de secas e inundações e a elevação do nível do mar provocarão nas próximas décadas grandes sofrimentos e perdas econômicas.

“Colocaremos em perigo o futuro de nossos filhos e netos se não conseguirmos melhorar a capacidade da sociedade em se adaptar a um clima mutante”, disse Rosina Bierbaum, ex-diretora interina do Escritório de Política Tecnológica e Científica da Casa Branca. Essa eventualidade pode ser evitada, acrescentou, “se administrarmos melhor a água, reforçarmos a preparação para enfrentar os desastres, aumentarmos o controle das doenças emergentes, construirmos cidades mais sólidas, nos prepararmos para abrigar refugiados ambientais e utilizarmos os recursos naturais de forma mais sustentável”.

Outros especialistas disseram à imprensa que se pode atingir o objetivo de frear o aumento da temperatura média global acima dos dois a 2,5 graus se os governos estiverem dispostos a seguir as recomendações para atenuar a mudança climática e de adaptação ao fenômeno. Isso requer estabilizar as concentrações atmosféricas de gases que causam o efeito estufa o equivalente a não mais de 450 mil partes por milhão de dióxido de carbono, segundo o estudo. Para isso será preciso que as emissões mundiais desse gás alcancem seu máximo, não muito acima do nível atual, antes de 2015 ou 2010 e diminuam até 2100 em um terço desse valor.

Os autores da pesquisa pediram urgência aos políticos no sentido de tomarem medidas imediatas em matéria de eficiência energética no setor do transporte, pautas ambientais na construção e maior uso de biocombustíveis, entre outras fontes de energia renovável. “Essas medidas contribuirão para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Do contrário, será mais difícil, se não for impossível, atingir essas metas”, disse Peter Raven, especialista em biodiversidade e ex-presidente da Sigma Xi, organização com sede nos Estados Unidos e mais de 60 mil membros no mundo, que colaboraram na pesquisa com a Fundação da ONU.

O uso de tecnologia não contaminante pode ser útil não apenas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, mas também trazendo benefícios sociais e econômicos, destacaram Raven e seus companheiros, que reclamaram maior cooperação entre os países-membros das Nações Unidas. Porém, disseram que o investimento público e privado em pesquisa, desenvolvimento e utilização de tecnologia com a finalidade de melhorar a eficácia energética, ainda não chega a níveis desejáveis”, afirmaram os especialistas, para os quais a ONU deve promover investimentos e associações entre públicos e privados que elevem o financiamento do setor privado em energia renovável eficiente.

Outros membros do painel também se mostraram preocupados com a rápida perda da biodiversidade devido à mudança climática, já que apontaram a necessidade de adotar ações rápidas para utilização sustentável dos recursos. “Vivemos de um modo tão insustentável que na maioria do Hemisfério Sul muitíssimas espécies desaparecerão. Nosso sentido de justiça social e nossa ética dependerão da reversão da perda de biodiversidade”, disse Raven à IPS. As recomendações do painel, integrado pro 20 especialistas em mudança climática, desenvolvimento sustentável e biodiversidade serão examinadas na 15ª reunião da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável, entre os dias 30 de abril e 11 de maio deste ano.

Os integrantes da equipe disseram que seu informe complementa o divulgado recentemente pelo Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU. O documento definitivo deste grupo, cujo rascunho foi apresentado no começo de fevereiro, ao fim da quarta avaliação do aquecimento global, será publicado este ano do mesmo modo que outros capítulos dedicados às possíveis conseqüências da mudança climática, possibilidades de adaptação e possíveis formas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

O IPCC adotou um resumo para os governos no primeiro volume de “Mudança Climática 2007”, também conhecido como Informe da Quarta Avalaição. Nesse documento é avaliado o conhecimento científico atual sobre os motores naturais e humanos desse fenômeno e apresentadas projeções. Esse informe foi elaborado por cerca de 600 cientistas de 40 países.
(Por Haider Rizvi, IPS, 01/03/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28471&edt=1

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