China completa teste com reator de fusão nuclear: fusão poderia ser resposta para a crise energética mundial
2007-03-02
A construção do reator de fusão termonuclear chinês East acaba de ser concluída, e com isso o país asiático antecipa-se ao projeto internacional Iter, anunciou a Academia de Ciências da China, citada pela agência estatal Xinhua. Segundo a agência, trata-se do primeiro dispositivo do tipo a entrar em operação no mundo, e o mais barato.
O Tokamak Supercondutor Experimental Avançado (East, em inglês) obteve "a comprovação estatal dos resultados dos testes, o uso de recursos, o gerenciamento operacional e a autenticidade dos dados", afirmou um comitê especial da academia.
"Tokamak" é uma palavra russa que descreve o componente principal desse tipo de reator, um campo magnético intenso, de forma toróide - o formato de um "donut". O tokamak foi inventado, nos anos 50, pelos físicos russos Igor Yevgenyevich Tamm e Andrei Sakharov.
No início de fevereiro, o reator chinês conseguiu gerar uma corrente elétrica de 250 quiloamperes em cinco segundos, em uma experiência realizada pelo Instituto de Física de Plasma na província de Anhui, no centro da China.
O East é uma versão menor do Iter (Reator Experimental Termonuclear Internacional), cuja construção foi aprovada em novembro, após anos de negociações, pelas sete partes envolvidas no projeto: a União Européia (UE), os Estados Unidos, a Índia, o Japão, a Coréia do Sul, a Rússia e a China.
O East custou US$ 25 milhões, frente aos mais de US$ 6 bilhões que estão sendo investidos no Iter, e sua construção durou oito anos, comparado aos 10 que são estimados para a conclusão do projeto internacional.
Os cientistas acreditam que a fusão nuclear, processo semelhante ao que ocorre no Sol, poderia ser uma resposta para a crise energética e parte da solução para o problema do aquecimento global. Isso porque este processo tem o potencial de produzir grandes quantidades de energia sem gerar grandes quantidades de lixo atômico ou gases poluentes.
(Agências internacionais, 01/03/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/mar/01/180.htm