O Japão terminou mais cedo a sua época de caça à baleia na Antárctida depois de, há duas semanas, ter deflagrado um incêndio no seu maior navio, informou a Agência de Pescas. Os motores do “Nisshin Maru”, com 20 anos e oito mil toneladas, recomeçaram a funcionar este fim-de-semana, depois de ter ficado parado nas águas frias desde o incêndio, onde morreu uma pessoa.

Segundo a agência, o navio pode navegar mas o fogo causou estragos que tornam muito difíceis as operações a bordo. “Temos feito investigação sobre as baleias há 20 anos mas esta é a primeira vez que tivemos de antecipar o fim da expedição”, explicou Takahide Naruko, responsável da agência, aos jornalistas em Tóquio.

A frota capturou 505 baleias-anãs e três baleias-comuns desde Novembro. Estavam previstas as capturas de 850 baleias-anãs e dez baleias-comuns, disse Naruko. O “Nisshin Maru” deverá regressar a Tóquio no final de Março, onde será submetido a uma inspecção para determinar a causa do incêndio. Ainda não se sabe se o navio vai estar operacional para o ano.

Greenpeace pede ao Japão para deixar de caçar na Antárctida
A frota japonesa saiu hoje das águas antárcticas, disse a organização ecologista Greenpeace, escoltada pelo seu navio “Esperanza”. Os ambientalistas saudaram a decisão do Japão, depois do acidente com o “Nisshin Maru” ter levantado preocupações sobre um derrame de combustível perto da maior colónia de reprodução de pinguins de Adélia. “Temos muita pena pela perda do vosso membro da tripulação”, disse a Greenpeace. “Mas esta deverá ter sido a última vez que o vosso Governo vos envia para caçar baleias na Antárctida”.
(Ecosfera, 28/02/2007)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia6102.asp