ANTRAZ USADO EM ATAQUE PODE TER SIDO FABRICADO POR EXÉRCITO AMERICANO
2001-10-26
A bactéria usada para os ataques de antraz nos Estados Unidos pode ser da mesma cepa usada pelo país em 1960 para criar armas biológica. Especialistas em bioterrorismo afirmaram que as bactérias não teriam sido criadas pelo Iraque ou pela antiga União Soviética, como havia sido especulado anteriormente. Na semana passada, foi dito que a sofisticação da bactéria usada nos ataques indicava que o antraz teria sido fabricado por um laboratório ligado a algum governo. Mas os especialistas afirmam que a linhagem do bacilo e sua forma física não são particularmente sofisticadas. Testes realizados anteriormente já haviam revelado que os bacilos enviados para Flórida, Nova York e Washington seriam da mesma cepa. Para descobrir sua origem, cientistas estão comparando o DNA das bactérias usadas nos ataques com as linhagens de antraz existente nos laboratórios, e legalmente registradas, em todo o mundo. Logo após os primeiros testes com os esporos, um porta-voz do FBI afirmou que a bactéria do antraz usada nos ataques era da cepa denominada Ames. Os pesquisadores afirmam que houve uma confusão quanto a classificação da desta cepa. Eles argumentam que, entre as bactérias de antraz legalmente registradas nos laboratórios de todo o mundo, a cepa Ames corresponderia a usada pelos Estados Unidos quando o país tinha o programa de fabricação de armas biológicas, que terminou em 1969. Para ser identificado como Ames, o bacilo deve pertencer a cepa fabricada pelo Exército americano ou de alguma similar. (O Globo-25/10)