Rio de Janeiro cria grupo para lutar contra efeitos do aquecimento global
2007-02-28
Pesquisa divulgada ontem (27/2) pelo Ministério do Meio Ambiente mostrou que o Rio de Janeiro será um das cidades mais afetadas pelo aquecimento global em todo o Brasil. O estudo, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), prevê que, nos próximos cem anos, o nível do mar vai aumentar aproximadamente 40 centímetros, provocando inundações em cidades que ficam à beira-mar.
Para tentar diminuir os problemas do efeito estufa no Rio de Janeiro, a prefeitura do Rio criou ontem a Comissão Superior de Gestão e Monitoramento dos Compromissos Relativos ao Aquecimento Global. Ela vai fiscalizar a realização das ações previstas no Protocolo de Intenções do Rio, lançado no último dia 14 pelo prefeito Cesar Maia.
No protocolo, estão previstas medidas para diminuir o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera, como o planejamento do sistema de transportes, visando à redução na quantidade de ônibus, e o tratamento dos depósitos de lixo.
Além disso, a prefeitura do Rio se comprometeu a levar projetos de educação ambiental a todas as escolas do município e se dispôs a plantar 1,2 milhão de mudas de árvores por ano.
Os Jogo Pan-americanos, que acontecem em julho próximo, serão usados para conscientizar tanto a população quanto os milhares de turistas que estarão na cidade, para a necessidade de preservação do meio-ambiente.
“Vamos tornar o Pan um evento carbono-neutro. O que ele emitir a mais de gases de efeito estufa, por conta da passagens de aviões e de outros meios de transporte, será compensado com o plantio de árvores”, disse Sérgio Besserman., presidente do Instituto Municipal Pereira Passos, que é dedicado a estudos de urbanismo.
Quanto aos efeitos do aquecimento global sobre a cidade, Sérgio Besserman explicou que fenômenos como ressacas, variação de marés e tempestades vão se tornar mais freqüentes e intensos.
Segundo Besserman, o aumento no nível do mar vai afetar toda a infra-estrutura da cidade. Algumas das principais vias de transporte e os aeroportos do município, assim como as redes de esgoto sanitário e pluvial, serão danificados. A atividade econômica, principalmente o turismo, também será prejudicada, não só pela diminuição da faixa de areia nas praias, mas também pelo aumento do calor e das chuvas.
“Ainda teremos conseqüências no plano da saúde, porque somos uma cidade verde, com muitas áreas florestais, e esse ambiente, com a temperatura mais alta, se tornará hospitaleiros para mosquitos vetores de doenças que há muito tempo não existem no município”, ressaltou Besserman.
(Por Luiza Bandeira, Agência Brasil, 27/02/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/02/27/materia.2007-02-27.2368399319/view