Toribia de García faleceu no último domingo (25/02) no hospital Luis Chicho Fabregas, na província de Veraguas, no Panamá, segundo fontes médicas e familiares da vítima. Ela foi internada em janeiro depois de ter tomado um remédio envenenado.
Diante de mais uma vítima, o Comitê de Famílias pelo Direito à Saúde e à Vida exigiu justiça e reiterou o pedido de renúncia do ministro da saúde, Camilo Alleyne, e do diretor da Caixa de Seguro Social (CSS), René Luciani.
Entretanto, a promotoria continua as investigações sobre as mortes por ingestão de medicamentos envenenados, que inclui as próximas exumações de oito cadáveres de pessoas supostamente mortas por essa razão. O fiscal Dimas Guevara destacou que as exumações são parte das recomendações realizadas pelo Instituto Médico Legal (IML).
Em meados deste mês, o Ministério Público desenterrou 11 corpos, e em dois deles se encontraram restos da substância industrial dietilenglycol.
Segundo o diretor do IML, José Vicente Pachar, dos 80 processos clínicos de vítimas suspeitosas examinadas, em mais da metade há evidências suficientes que confirmam o consumo de dietilenglycol. Ainda segundo ele, em apenas dez por cento se descartou a presença da substância.
Ainda que o governo reconheça cerca de 51 mortes por causa da crise de saúde, Guevara destacou recentemente que tem recebido mais de 400 denúncias de pessoas infectadas pelo tóxico, das quais 350 morreram.
O problema sanitário começou em 2 de outubro, quando as autoridades decretaram alerta epidemiológico por seis casos, cujas causas ainda eram desconhecidas.
De acordo com as investigações, a firma espanhola Rasfer S.A. vendeu ao consórcio panamenho Medicom S.A. 40 barris de 209 litros cada um de uma suposta glicerina pura, utilizada como matéria prima para produzir remédios, mas na realidade conteriam dietilenglycol. A Medicom forneceu em julho de 2003 esse lote à CSS para a utilização na fabricação de medicamentos.
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Adital, com informações da Prensa Latina, 26/02/2007)