Mancha escura retorna à beira do Laranjal
2007-02-27
Funcionários da Secretaria de Serviços Urbanos (SSU) iniciaram na tarde de ontem (26/2) o trabalho de remoção da mancha
escura que tomou conta, pela segunda vez este ano, da margem na praia dos balneários Santo Antônio e Valverde. O fenômeno
provoca mau cheiro, além de representar ponto negativo para veranistas e turistas. Para fugir do forte calor - temperatura de
31ºC ontem -, os banhistas que procuraram a praia contentaram-se com a sombra das figueiras e com os banhos de chuveiros,
instalados na orla.
O titular da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), Leonardo Cardoso, percorreu parte dos cerca de dois quilômetros de
extensão pela beira da praia coberta e constatou que se trata do mesmo fenômeno natural ocorrido no início de janeiro. Ou
seja, uma associação de fatores como água salgada, a baixa da Lagoa e as condições do vento (que ontem soprava no sentido
nordeste). Com isso, as algas marinhas são carregadas até a margem, onde o material orgânico acaba-se decompondo. "O que
provoca o cheiro forte", afirmou.
Conforme análise feita pelo Departamento de Tratamento do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), no mês passado,
ficou constatado que o surgimento da mancha foi em decorrência do alto teor de cloretos (salinidade) presentes na data e
local da amostra de água. Segundo a bióloga e chefe do Departamento, Isabel André, como são algas que ocorrem naturalmente em
ambientes de água doce, elas acabaram morrendo e, em função do vento, vão para a margem da orla. Ficou comprovado ainda que
não houve liberação de toxinas. "Na análise de microcistina (toxina liberada pela alga) o resultado foi de 0,5 ppb (partes
por bilhão)", afirmou.
Na extensão atingida pela mancha, um trator com lâmina acoplada reunia o material que posteriormente era recolhido pelos
operários da SSU. O trabalho de retirada das algas, explicou o secretário, só foi possível na areia da praia pois na água
seria preciso utilizar uma malha de rede muito fina e o resultado não seria o desejado.
(Por Cíntia Piegas, Diário de Pelotas, 27/02/2007)
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