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2007-02-27
O último informe da Organização das Nações Unidas sobre mudança climática subestimou a ameaça que esta representa para milhões de pessoas no Pacífico Sul, informou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). O Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU indicou que as atividades humanas estão mudando o clima do planeta ao queimar combustíveis fósseis, mas não identificou de forma adequada os riscos reais do aumento do nível do mar, disse à IPS a coordenadora do programa da WWF sobre mudança climática para o Pacífico Sul, Ashvini Fernando.

O Quarto Informe de Avaliação do IPCC, apresentado no último dia 2 em Paris, subestima estes riscos, e por isso coloca em risco milhões de pessoas que vivem em costa baixa, não apenas no Pacífico, mas em todo o mundo. “Uma pesquisa que usa modelos científicos diferentes dos utilizados pelo IPCC previu elevações muito maiores no nível do mar, acima de um metro, no próximo século”, disse a especialista. “Isto teria conseqüências graves para o Pacífico, já que está região tem muitos atóis e áreas costeiras baixas, apenas poucos metros acima do nível do mar”, acrescentou.

Fernando disse, também, que boa parte da população da região vive no litoral, mesmo nas ilhas mais altas, por isso o aumento do nível do mar, principalmente se for maior que um metro, será desastroso. O informe do IPCC responsabilizou as atividades humanas pelo aquecimento do planeta. Em uma previsão sem precedentes, o estudo alertou que o aumento das temperaturas globais causará mais secas, ondas de calor e elevação dos mares durante 10 mil anos, mesmo se for colocado limite às emissões dos gases que provocam o efeito estufa, produto da queima de combustíveis fósseis e causadores do fenômeno, segundo a vasta maioria dos cientistas.

Além disso, o IPCC fez uma previsão conservadora de um aumento médio das temperaturas na Terra de três graus centígrados neste século, e de até seis graus num cenário pior, o que teria conseqüências “verdadeiramente catastróficas”. Especialistas afirmam que os pequenos países insulares do Pacífico, que juntos representam apenas 0,0012% das emissões globais de gases que causam o efeito estufa, são os mais vulneráveis e serão os primeiros castigados pelo aquecimento global. Entre as ilhas que correm mais riscos estão algumas das mais baixas do mundo, como Kiribati, Vanuatu, Marshall, Tuvalu e algumas regiões de Papua-Nova Guiné.

Uma aldeia costeira completa da ilha de Tegua, em Vanuatu, está sendo obrigada a mudar-se para terrenos mais altos porque suas cabanas são inundadas pela elevação do mar. E em Kiribati, 92 mil moradores tiveram que tomar decisão semelhante. Após a divulgação do informe, o presidente de Kiribati, Anote Tong, disse à imprensa que os esforços mundiais para conter o aquecimento global são bem-vindos, mas alertou que pode ser muito tarde. Tong afirmou que seu país já está sofrendo o problema, pois terras, casas e até alguns edifícios públicos estão sendo afetados pela água.

Entretanto, Ashvini Fernando destacou que o informe da ONU reivindicou históricas reclamações de governos e organizações da sociedade civil das ilhas do Pacífico, como a WWF, para chegar-se a um acordo global significativo sobre o combate à mudança climática. O estudo “destaca a razão de esse acordo ser necessário e urgente. Nós continuamos pressionando para que as nações industrializadas dêem mais atenção ao informe e façam as mudanças necessárias, bem como as reduções das emissões”, ressaltou.

A especialista disse que as novas medidas anunciadas por Austrália e Estados Unidos (este último país contribui com cerca de 25% dos gases que causam o efeito estufa) para reduzir as emissões são inadequadas. A resposta mais efetiva – prosseguiu – seria todos os governos acordaram uma solução global advogando por uma rápida expansão da energia renovável e das tecnologias de eficiência energética.

“Se Estados Unidos e Austrália de fato quisessem enfrentar a mudança climática, teriam se unido ao Protocolo de Kyoto (1997), um meio globalmente aceito pelo qual começa o combate” ao problema, disse Fernando. “A WWF espera que a comunidade internacional assuma o desafio da mudança climática, tanto agora quanto no futuro, fazendo profundas reduções nas emissões”, acrescentou.

Como as ilhas do Pacífico são pequenas e pouco influentes, e seus interesses são, em geral, ignorados, seus governos participam das negociações internacionais sobre mudança climática através da Aliança de Pequenos Estados Insulares. Porém, Ashvini Fernando afirmou que, devido à gravidade do problema, os países insulares do Pacífico devem se comprometer ainda mais efetivamente nas negociações sobre políticas internacionais para chegar a um acordo global baseado no Protocolo de Kyoto, para manter o aumento da temperatura abaixo dos dois graus em relação aos registros anteriores à era industrial.

“Este informe nos faz lembrar que devemos agir agora. Este ano é a última oportunidade para que os governos de todo o mundo estabeleçam objetivos significativos para deter as emissões dos gases responsáveis pela mudança climática na décima-terceira Conferência da ONU sobre Mudança Climática, que acontecerá em dezembro na Indonésia”, disse a especialista da WWF.
(Por Shailendra Singh, IPS/Envolverde, 26/02/2007)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=17966&iTipo=5&idioma=1

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