Contemplar o pôr-do-sol do Guaíba é cada vez menos interessante para os porto-alegrenses. A orla no trecho entre a Usina do Gasômetro e o anfiteatro Pôr-do-Sol não oferece boas condições. O lixo, as depredações, as pichações nas obras da Bienal e a presença de moradores de rua entre as árvores reduzem a utilização do espaço como área de lazer.

A infra-estrutura existente na parte baixa do dique, junto à orla, é um incentivo à permanência de moradores de rua na área. A utilização do chuveiro para banhos e o constante uso de drogas sob às árvores geram constrangimento. A instalação de lixeiras somente junto à avenida Beira-Rio contribui para o surgimento de focos de lixo nas demais partes da orla. A cerca de 500 metros da Usina, churrasqueiras de concreto estão depredadas, inviabilizando o uso. Nas três quadras de vôlei de praia situadas ao lado do Parque da Harmonia, o mato está quase tomando conta.

A aguardada revitalização da orla nas proximidades da Usina do Gasômetro deve ter avanços ainda este ano. O coordenador do Programa Guaíba Vive, Rodrigo da Cunha, informa que será feito o ajardinamento da parte baixa do dique. O projeto prevê a criação de canteiros com plantas de diversas espécies, plantação de mudas de árvores e retirada do bar flutuante instalado nas águas. A estrada de chão batido que liga a avenida Beira-Rio à Usina deve ser pavimentada para ciclistas. Na parte alta, junto à avenida, os quiosques dos dez ambulantes que estão autorizados a atuar no local serão padronizados de modo a melhorar o visual da área.

As mudanças previstas custariam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, sendo que R$ 5 mil já teriam sido disponibilizados pelo Escritório Municipal de Turismo. 'No momento em que a orla for embelezada, será mais utilizada', afirma Cunha. Para inibir o consumo de drogas e a permanência de moradores de rua junto à orla, as copas dos ingás e dos maricás serão levantadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Segundo a gerente da zonal Centro da Smam, Regina Patrocínio, o trabalho será executado em breve.

(Por Maicon Bock, Correio do Povo, 25/02/2007)