Aquecimento climático perturba biorritmo de ursos romenos, que não hibernam
2007-02-24
O aquecimento climático está perturbando neste inverno (no hemisfério norte) o biorritmo dos ursos dos Cárpatos romenos, que não hibernaram e se mostram mais agressivos do que de costume.
As autoridades locais assinalam que foram registrados ataques contra homens nesse mesmo período, quando habitualmente os ursos estão em cavernas e grutas e a caça fica proibida.
Apenas em fevereiro, foram registrados quatro ataques de ursos contra pessoas no distrito de Covasna (Cárpatos Orientais), assinala Laszlo Bela, presidente da associação local de caçadores e pescadores esportivos, em declarações à imprensa.
A mais grave agressão foi sofrida por um caçador de 70 anos, atacado por uma ursa com três filhotes. O homem sobreviveu ao ataque.
"Os animais se tornaram agressivos por causa do calor que os levou a abandonar seus refúgios mais cedo", assinalou Bela, que acrescentou que os ursos de três ou quatro anos nem mesmo entraram na hibernação.
O chefe dos caçadores locais advertiu que o número dos ursos no distrito de Covasna - quase 400 no fim de 2006 - é superior ao ideal necessário para o equilíbrio ecológico, e acrescentou que o total de animais autorizados a serem abatidos - apenas 12 - é muito pequeno.
Bela explicou que para manter os animais longe das cidades, a associação que dirige encontrou um método eficaz: os ursos recebem a cada dia uma ração com vários quilos de chocolate misturado com alimentos secos em lugares especialmente preparados nas áreas de caça.
Com uma população estimada em entre 7 mil e 8 mil animais, a Romênia é o país com o maior número de ursos da União Européia.
(EFE/UOL, 24/02/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/02/24/ult1809u10754.jhtm