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2007-02-26
A principal empresa elétrica da Califórnia, a Pacific Gas-Electric Co. (PG-E), está analisando um plano para carregar frotas de carros elétricos com energia eólica durante a noite, e permitir que os consumidores vendam, durante o dia, parte da energia acumulada.

Além de reduzir o consumo do petróleo e as emissões de gases do efeito estufa dos carros normais, o plano pode incentivar a produção de veículos híbridos e dar às empresas elétricas mais capacidade para as tardes quentes de verão, segundo oradores em uma conferência sobre investimentos em "tecnologia limpa", realizada nesta semana, em San Francisco.

A PG-E "poderia recarregar baterias de carros em tomadas elétricas fora das horas de pico, durante a noite, e recarregar a rede com as baterias durante períodos críticos de pico de demanda", disse Hal LaFlash, diretor de política energética e planejamento da empresa.

A energia eólica é a maior fonte de energia renovável da Califórnia, com mais de 2.500 megawatts. Segundo LaFlash, uma capacidade adicional de 4.600 megawatts deve ser instalada para atender à demanda do Estado por fontes renováveis.

A Xcel Energy, de Minneapolis, também estuda tecnologias para recarregar veículos híbridos e devolver o excesso à rede, nas horas de pico.

Um estudo de seis meses feito no Colorado disse que os carros elétricos podem reduzir o custo total de possuir um carro e que, somados a uma nova tecnologia para as redes elétricas, poderiam reduzir em até 50% as emissões nocivas de gases do efeito estufa.

Mais estudos vão incluir testes práticos com carros elétricos, analisando o carregamento das baterias e a disponibilidade de energias renováveis, segundo a Xcel.

Mas a existência de baterias que se conectem à rede e aos carros ainda demorará de cinco a seis anos, segundo Felix Kramer, fundador da CalCars, durante a conferência.

A CalCars é uma ONG que desde 2004 já adaptou 20 veículos Toyota Prius para rodar com baterias de lítio.

A grande dificuldade é desenvolver baterias mais leves e baratas, mas Kramer disse que os avanços com as baterias de lítio podem ajudar na ampliação desse mercado.

Mas os motoristas também terão de se acostumar: os carros elétricos, segundo os participantes da conferência, serão menores e voltados para usuários que percorrem curtas distâncias.

Jan-Olaf Willums, presidente da empresa norueguesa TH!NK Electric Car, aposta que haverá mercado na Europa e, posteriormente, nos EUA para seu veículo de dois lugares, tipicamente urbano. A companhia já teve relações com a Ford.

Ele disse que a empresa levantou US$ 25 milhões em fevereiro, e pretende dobrar essa verba até maio, para começar a produzir, em setembro, na Noruega.
(Reuters/Estadão, 24/02/2007)
http://www.estadao.com.br/especial/global/noticias/2007/fev/23/322.htm

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