(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
proteção da vida marinha
2007-02-26
Ao sofrer um incêndio na costa antártica, um navio baleeiro desbaratou o objetivo do Japão de incentivar o consumo de carne de baleia e reiniciar sua captura comercial. “O barco deverá regressar deixando parte de sua captura, o que será um golpe no plano do Japão, baseado, em parte, no aumento da venda ao público de carne de baleia”, disse à IPS o ativista Junichi Sato, da filial japonesa da organização Greenpeace Internacional. O navio Nisshin Maru partiu do porto japonês de Shimonoseki em meados de novembro, com a intenção de caçar 850 baleias mink e 10 baleias de nadadeiras.

Este programa contava com a aprovação da Comissão Baleeira Internacional, que havia rotulado a expedição como “científica”. Porém, o navio pegou fogo e deverá ser reparado antes de seu regresso. A companhia proprietária rechaçou a ajuda internacional. Esta situação colocou em dúvida a continuidade dos subsídios do governo japonês aos programas baleeiros, que já contavam com escasso apoio público. A expedição do Nisshin Maru tem custo de US$ 4,7 milhões. Tanto no Japão quanto no exterior surgem críticas ao financiamento público destas expedições baleeiras, que encobrem suas atividades comerciais com uma fachada científica.

A Nova Zelândia, contrária à caça de baleias, ofereceu ajuda à tripulação do navio, que teve um de seus tripulantes morto no acidente. Também se teme um desastre ambiental caso a embarcação sofra um vazamento de combustível. O acidente aconteceu antes de uma conferência informal organizada pelo governo japonês para acertar as diferenças entre “partidários e críticos da captura” dentro da Comissão Baleeira Internacional, disse à IPS Jiro Hyugaji, funcionário do escritório de administração de recursos do Ministério da Pesca.

O Japão procura restabelecer o que Hyugaji considera o objetivo original da Comissão: funcionar mais como centro de manejo de recursos do que como organização conservacionista. Esta instituição intergovernamental decidiu em 1982 por uma moratória mundial sobre a caça, mas autorizou o Japão a reiniciar esta prática em 1987, embora com restrições, com a desculpa de que é necessária para colher dados sobre a população de cetáceos. O governo japonês assegura que a população de algumas espécies de baleias aumentou a tal ponto que a captura é sustentável, mas alguns ativistas dizem que isso colocará em perigo a sobrevivência destes animais.

O Japão considera que é necessário “modernizar” a Comissão, isto é, instaurar o voto secreto em suas decisões, aumentar a educação pública sobre a caça de baleias e criar um grupo de trabalho em que se tente conciliar as duas posições polarizadas. Porém, essas propostas se chocam com os opositores da captura. A conferência de Tóquio “foi um simples exercício maciço de relações públicas”, disse Nanami Kurosawa, da não-governamental Rede de Ação pelos Golfinhos e pelas Baleias. Kurosawa destacou que países contrários a esta prática, como Estados Unidos e Austrália, não participaram da reunião, apesar de convidados.

A contradição entre a “administração” e a “conservação” dos recursos marinhos ficou clara no mês passado, quando o Japão concordou, em uma conferência internacional, reduzir sua captura de atum, inclinando-se diante de informes científicos que constataram o constante esgotamento dos cardumes. O advogado e conservacionista Jun Sakamoto atribuiu os últimos esforços de promoção baleeira do Japão, com ao conferência de Tóquio, às derrotas humilhantes sofridas por este país na Comissão, que rejeitou sua pretensão de reiniciar a captura comercial. “A conferência foi um espetáculo montado pelas autoridades pesqueiras japonesas para aumentar a aprovação pública da caça de baleias. Poderiam ter gasto melhor esse dinheiro dos contribuintes, por exemplo, em conservação”, disse Sakamoto à IPS.

O Greenpeace afirmou que 53 países receberam do Japão cerca de US$ 820 milhões em ajuda pesqueira entre 1994 e 2007, mas com a condição de seus representantes na Comissão Baleeira Internacional acompanharem a posição de Tóquio. O delegado suíço, Bruno Maini, disse que a conferência de Tóquio representou a oportunidade de buscar um acordo entre os dois lados opostos diante da realidade das expedições baleeiras com fins científicos. “É necessário ser realista. A caça científica demonstra que a moratória não está funcionando”, acrescentou.

Na próxima reunião da Comissão, em maio no Alasca, o Japão assegurará que a população de certas variedades de baleias, especialmente as mink, se recuperaram, e que este é o momento adequado para adotar um enfoque diferente, baseado na sustentabilidade. Os funcionários também insistem que a carne de baleia é parte da dieta tradicional dos japoneses, que tiveram de renunciar a ele somente por causa da proibição da captura. Porém, os próprios conservacionistas do Japão alertam que essa postura agravou os sentimentos nacionalistas e isolou este país do resto do mundo.
(Por Suvendrini Kakuchi, IPS/Envolverde, 23/02/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28234&edt=1

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -