Melhor aproveitamento de matérias-primas pode ajudar a reduzir índices de desmatamento, diz técnico
2007-02-23
O aproveitamento de matérias-primas que são habitualmente jogadas fora pelos agricultores ou agroindústrias pode contribuir também para a redução dos índices de desmatamento. A afirmação foi feita pelo gerente da Incubadora de Empresas de Design da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Wagner Bretas, ao comentar projeto em que alunos da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) usam matéria prima agrícola, como fibra de bananeira e pupunha, para fabricar produtos alternativos aos feitos com madeira de lei.
Os dois produtos foram chamados de bananaplac e compensado de pupunha. “Além de substituir outras matérias primas, evitando que se cortem madeiras nobres, retira-se algo que seria lixo orgânico, que seria um problema nas próprias plantações". Ajuda-se o meio ambiente de duas maneiras: aproveitando o que não era aproveitado e inibindo o corte de madeiras nobres, explicou Bretas.
Além de móveis, fabricados para demonstrar a qualidade dos produtos, os estudantes desenvolveram uma linha de cadernos, que já estão à venda no Jardim Botânico do Rio e em papelarias. Os cadernos mostram as espécies de madeiras em extinção no Brasil. “Esse trabalho é para sustentar a pesquisa que eles estão desenvolvendo com materiais”, destacou o gerente da incubadora. .
Segundo ele, a montadora de automóveis alemã BMW também solicitou à Esdi o compensado de pupunha para revestir painéis de veículos. Os estudantes desenvolveram, então, uma amostra especial do compensado, mais fina, que está sendo enviada agora à Alemanha.
A bananaplac e o compensado de pupunha já estão patenteados no Brasil. Agora os responsáveis pelo projeto cuidam do patenteamento internacional, tanto do processo produtivo quanto do material.
A Incubadora de Empresas de Design da UERJ já tem duas empresas pré-incubadas e deve entrar em funcionamento pleno nos próximos 90 dias. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apóia a implentação da incubadora. Há também um pedido de financiamento que está em análise na área técnica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 22/02/2007)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/02/22/materia.2007-02-22.6165819076/view