Plano Diretor de Porto Alegre deve estar adaptado às mudanças sociais e urbanísticas ocorridas nos últimos anos, diz colunista do Jornal do Comércio
2007-02-23
A cidade de Porto Alegre precisa de um estudo sobre seu desenvolvimento urbano que leve à formulação de um novo Plano Diretor, atualizado e adaptado às mudanças sociais e urbanísticas ocorridas nos últimos anos, e de medidas que chamem a atenção para determinados bairros. Há excessiva concentração de empreendimentos imobiliários em apenas 10 bairros, enquanto outros, já com infra-estrutura, não despertam o interesse dos construtores ou não permitem edificações. Tese defendida pelo Sinduscon-RS, com base no recente Censo Imobiliário, pede que a prefeitura, através da execução de uma adequada política de planejamento e desenvolvimento urbano, provenha de equipamentos urbanos (por exemplo, parques ou praças arborizadas) outros bairros que já possuem infra-estrutura implantada, tais como Partenon, Glória e Teresópolis, através de parcerias público-privadas, para desconcentrar a densificação da cidade, tornando o seu crescimento geoespacial mais homogêneo. Por isso, é grande a expectativa sobre a proposta da prefeitura para o novo Plano Diretor, a ser conhecida terça-feira (27/02).
Uma das ferramentas para atrair construtores e moradores seria a elaboração de um planejamento urbano prevendo a adoção de uma política de incentivos fiscais, como isenção do IPTU aos adquirentes de imóveis nos referidos bairros pelo período de cinco anos, objetivando uma maior ocupação e densificação das regiões e bairros circunvizinhos e que tangenciam a recentemente implantada 3a Perimetral, através de uma miscigenação de prédios residenciais e comerciais, como pequenos shopping centers locais que pudessem abastecer a população aí residente. Todavia, para que idéias como essas possam se concretizar, é necessário que a prefeitura tenha vontade política para resgatar a capacidade de pensar e planejar a Porto Alegre de amanhã, de 2010, de 2020, a cidade que queremos e podemos construir de forma sustentável, abrindo-se, assim, uma perspectiva às gerações vindouras, dizem os construtores.
(Panorama Econômico - Danilo Ucha, Jornal do Comércio, 23/02/2007)
http://jcrs.uol.com.br/colunistas.aspx?pCodigoColunista=129