Argentina diz que Uruguai desvia conflito das "papeleiras"
guerra das papeleiras
2007-02-23
A Argentina pediu na quinta-feira (22/02) ao Uruguai que não faça confusões envolvendo a atual disputa entre ambos, que Buenos Aires lembrou ter como origem a violação de um tratado, e não o bloqueio realizado na fronteira por ambientalistas contrários à construção de uma fábrica de papel e celulose.
Manifestantes da cidade argentina de Gualeguaychú mantêm paralisada a passagem fronteiriça para o Uruguai, em protesto contra a construção da fábrica na margem do rio Uruguai, que eles temem que seja poluído.
"De maneira reiterada, a Argentina pediu que o Uruguai se abstenha de confundir o verdadeiro objeto da controvérsia que mantêm nossos países: a violação continuada por esse país de um tratado bilateral", disse a Argentina em carta enviada na quinta-feira ao Uruguai.
O governo de Tabaré Vázquez afirma que esse bloqueio impede as negociações em torno da disputa ambiental, e reclamou ao seu colega Néstor Kirchner que obrigue à liberação das pontes e estradas antes da retomada de qualquer conversação. O Uruguai levou à Corte Internacional de Haia sua queixa pela liberação dos acessos, que provoca graves danos à sua economia. O tribunal rejeitou o pedido.
A Argentina afirma que Montevidéu autorizou unilateralmente a instalação de duas fábricas de celulose na margem do rio Uruguai, e com isso violou um tratado de 1975 que obriga consultas entre ambos os países em temas que digam respeito ao rio. O Uruguai e a empresa finlandesa Botnia afirmam que a fábrica de papel e celulose, que representa um investimento de 1,1 bilhão de dólares, não poluirá o rio, já que usará tecnologia avançada.
(Por Lucas Bergman, Reuters, 22/02/2007)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/02/22/ult29u53849.jhtm