O GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente, na sigla em inglês), maior financiador de projetos ambientais do mundo, vai rever suas prioridades na alocação de recursos. O fundo reunirá nos próximos dias seu Painel de Aconselhamento Técnico (formado por dez especialistas em biodiversidade, mudanças climáticas, águas internacionais e degradação da terra) para discutir novas estratégias para a quarta fase de investimentos (2006-2010). O encontro, que começa nesta sexta-feira (23/02) e vai até a próxima quarta (28/02), contará com a participação da diretora do GEF, Monique Barbut, e de um representante do Ministério brasileiro do Meio Ambiente, Bráulio Dias, que é membro do painel.
Os atuais critérios para liberação de recursos determinam que o GEF contemple apenas iniciativas em países em desenvolvimento que aderiram à Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. Têm prioridade no acesso aos financiamentos os projetos em países com maior potencial de beneficiar o meio ambiente mundial através de ações locais. Nesse sentido, o Brasil ocupa posição privilegiada entre as nações candidatas a receber doações do GEF.
Para definir esse potencial, o fundo estabeleceu dois indicadores, um de biodiversidade e um de mudanças climáticas. O indicador de biodiversidade do GEF busca medir a complexidade do ecossistema dos países em relação à variedade de espécies do mundo. Nesse índice, o Brasil está no topo do ranking, com 8,7% da biodiversidade, seguido por Indonésia (7,8%), México (6,6%), China (5,6%) e Colômbia (5,0%). Já o indicador de mudanças climáticas, que mede a capacidade de o país amenizar os efeitos do aquecimento global, coloca a China (34,6%) em posição de destaque, seguida por Índia (9,5%), Rússia (9,4%), Brasil (3,6%) e Polônia (2,7%).
A arrecadação de recursos para o GEF é feita a cada quatro anos. O processo foi realizado pela última vez em agosto de 2006, quando 32 países doadores prometeram destinar US$ 3,13 bilhões para o fundo entre 2006 e 2010. Esses recursos são alocados em projetos de preservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável nas nações que integram o fundo. No primeiro ano da quarta fase de investimentos, o GEF aplicou quase um terço do orçamento (US$ 1 bilhão).
O GEF, criado em 1991, é administrado por três organismos internacionais: o PNUD, o Banco Mundial e PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Em cerca de 15 anos, doou US$ 6,2 bilhões e captou outros US$ 20 bilhões para mais de 1,8 mil projetos ambientais em 140 países.
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Agência PNUD, 22/02/2007)