Stora Enso só plantou 5 mil hectares de eucaliptos em 2006
2007-02-23
Em 2006 a indústria de celulose Stora Enso plantou 5 mil hectares de eucalipto em terras de sua propriedade nos municípios de Alegrete, Cacequi, Itaqui, São Francisco de Assis e Rosário do Sul, onde mantém a base responsável por sua implantação no oeste do Rio Grande do Sul. Se tudo correr de acordo com o previsível, essas lavouras produzirão a madeira suficiente para os primeiros quatro ou cinco meses de operação da fábrica – na melhor das hipóteses, no final de 2012.
A definição da área a ser plantada em 2007 depende ainda das regras para a silvicultura a serem estabelecidas pelo zoneamento ambiental da Fepam, em fase de depuração desde o final do ano passado, quando a versão preliminar do documento foi apresentada ao setor empresarial, provocando ressalvas generalizadas. Os primeiros plantios da Stora Enso foram feitos de acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta imposto à Fepam em maio de 2006 pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Como a futura fábrica de Stora Enso exigirá um volume de madeira equivalente à produção média de 15 mil hectares por ano, não há dúvida de que a área cultivada em 2007 será bem maior do que os plantios preliminares do ano passado. Além disso, provavelmente neste ano a empresa iniciará um projeto de fomento à eucaliptocultura junto a agricultores dispostos a produzir madeira ao lado das atividades agrícolas tradicionais da região – pecuária e plantio de grãos, especialmente arroz, milho e soja. O escritório da empresa em Rosário do Sul vem cadastrando proprietários rurais interessados na nova parceria.
A localização da futura fábrica gaúcha de celulose -- provavelmente num dos cinco municípios acima -- depende ainda de estudos que estão sendo feitos por uma empresa internacional de consultoria de projetos. Como o aspecto fundamental para a localização industrial é a disponibilidade de água para o processo de fabricação de celulose, tudo indica até agora que a planta será montada no vale do Rio Ibicuí, o curso d’água mais forte da região oeste – descontado o internacional Uruguai.
(Por Geraldo Hasse, AmbienteJÁ, 23/02/2007)