Empresas se unem para produzir energia limpa
2007-02-23
O Grupo Agrenco, com sede na Holanda, uniu-se à gigante industrial japonesa Marubeni
Corporation para investir em energia limpa de fontes renováveis. No acordo, a Marubeni
investirá 40 milhões de dólares na Agrenco Bioenergia, empresa do Grupo Agrenco
totalmente dedicada à produção de bioenergia.
A Agrenco e a Marubeni construirão três parques de bioenergia no Brasil, sendo três
usinas de biodiesel, duas usinas de co-geração de energia elétrica e duas indústrias
de esmagamento de soja. Serão cultivados cerca de 10.000 hectares de napier (uma
gramínea) para produção de biomassa, que será queimada para a geração de energia
elétrica. As sementes oleaginosas serão compradas de produtores e cooperativas locais.
As usinas serão construídas na cidade de Alto Araguaia, no estado de Mato Grosso,
Caarapó, no estado de Mato Grosso do Sul e na cidade de Céu Azul, no Paraná.
A Marubeni terá participação de 33% da Agrenco Bioenergia e o Grupo Agrenco, 67%. As
duas empresas deverão subscrever e integralizar o capital de US$ 120 milhões, de um
investimento total de US$ 190 milhões em ativo fixo e capital de giro. "Nosso projeto
está totalmente integrado, o que significa que produziremos não apenas biodiesel, mas
também energia elétrica para nossas instalações e para venda no mercado à vista",
afirmou o CEO do Grupo Agrenco, Antonio Iafelice.
O CEO da empresa acredita que a Agrenco Bioenergia ganha vantagem competitiva com a
construção de seu parque de bioenergia. "Nosso projeto é economicamente
auto-sustentável porque produziremos biodiesel e energia elétrica para alimentar as
máquinas da usina. Também poderemos vender o excesso de energia no mercado à vista.
Fazendeiros e cooperativas rurais associadas ao projeto certamente terão benefícios,
porque poderão alimentar suas unidades com biodiesel, o que gerará reduções
significativas no custo de combustível".
Os parques de bioenergia deverão produzir B-100, o biodiesel puro que pode ser
utilizado em qualquer veículo sem adaptação. "Desde o início, decidimos produzir
conforme as regulamentações européias, americanas e japonesas, a fim de atender as
necessidades de nossos clientes em potencial", explica Iafelice. O bio-combustível
será produzido de acordo com a regulamentação EN 14424 da Comunidade Européia.
As indústrias de esmagamento de soja serão responsáveis pela produção, em larga
escala, de farelo de soja com maior teor protéico que a média hoje produzida no
Brasil. Este farelo de soja com altos índices de proteína destina-se ao mercado de
rações, por exemplo, para peixes. "Devido a seu alto teor protéico, sua capacidade de
digestão é mais alta em relação ao farelo normal.
Além disso, nosso processo de produção está livre de contaminação por salmonela,"
explica Iafelice. O farelo de alta proteína será vendido nos mercados local e
internacional.
De acordo com o contrato de fornecimento para dez anos assinado entre as duas empresas
em 2005, a Marubeni Corporation tem direito de venda prioritária dos produtos da
Agrenco originados na América do Sul para o Japão e outros mercados asiáticos, exceto
a China. Assim, Marubeni detém os direitos de venda prioritária para o biodiesel e
farelo de soja de alta proteína da Agrenco nestes mercados. Este é o primeiro
investimento da Marubeni Corp. em bioenergia no Mundo.
(Envolverde, 22/02/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28155&edt=7