Gigantes investem em bioenergia no Brasil
2007-02-22
O mercado de bioenergia, em que o Brasil se destaca no cenário mundial, continua a atrair grupos estrangeiros. Dois deles anunciaram ontem novos investimentos no setor no Brasil.
O grupo holandês Agrenco, que atua em vários campos da cadeia do agronegócio, uniu-se ao conglomerado industrial japonês Marubeni Corporation para investir em energia de fontes renováveis.
Pelo acordo, a Marubeni investirá US$ 40 milhões na Agrenco Bioenergia, empresa do grupo voltada à produção desse tipo de energia.
Os dois grupos devem construir três parques de bioenergia no Brasil. Ao todo, serão três usinas de biodiesel e duas de co-geração de energia elétrica, além de duas indústrias de esmagamento de soja.
A previsão é que as usinas sejam construídas nos municípios de Alto Araguaia (Mato Grosso), Caarapó (Mato Grosso do Sul) e Céu Azul (Paraná).
O projeto prevê o cultivo de cerca de 10 mil hectares de capim napier (uma espécie de gramínea) para a produção de biomassa, que será queimada para a geração de energia elétrica. As sementes oleaginosas serão compradas de produtores e cooperativas locais.
A Marubeni terá participação de 33% da Agrenco Bioenergia, e o grupo Agrenco, dos 67% restantes. As duas empresas deverão subscrever e integralizar o capital de US$ 120 milhões, de um investimento total de US$ 190 milhões em ativo fixo e capital de giro.
Integrado
Segundo Antonio Iafelice, CEO do grupo Agrenco, "o projeto está totalmente integrado, o que significa que produziremos não apenas biodiesel mas também energia elétrica para nossas instalações e para venda no mercado à vista".
Os parques de bioenergia deverão produzir o B-100, um biodiesel puro que poderá ser utilizado em qualquer veículo sem adaptação. "Desde o início, decidimos produzir conforme as regulamentações européia, americana e japonesa, a fim de atender às necessidades de clientes em potencial", diz.
As indústrias de esmagamento de soja serão responsáveis pela produção, em larga escala, de um farelo de soja com maior teor protéico que a média hoje produzida no Brasil. Esse farelo será vendido no mercado.
(Folha de S. Paulo, 22/02/2007)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2202200714.htm