A cidade de Uruguaiana, na região Fronteira-Oeste do Estado, amanheceu no sábado (17/02) com centenas de casas danificadas, dezenas de árvores arrancadas, pássaros mortos na praça Barão do Rio Branco, ruas alagadas e postes caídos em vários pontos da área urbana. O rastro de destruição foi deixado pelo temporal do final da noite de sexta-feira. Conforme o Departamento de Proteção ao Vôo do Aeroporto Internacional Rubem Berta, as rajadas de vento atingiram a velocidade de 84 quilômetros por hora (km/h) e no interior do município podem ter ultrapassado os 100 km/h.

O coordenador operacional da AES SUL, Cledison Silveira, diz não ter visto tamanha fúria da natureza nos últimos tempos. No pico da tempestade, 90% dos 36 mil consumidores ficaram sem energia elétrica e pela manhã ainda restavam 10% sem abastecimento. A empresa mobilizou sete equipes técnicas que trabalharam durante toda a madrugada nos consertos da rede de distribuição. Na manhã de sábado, chegaram reforços das unidades de Alegrete e Sant'Ana do Livramento. Os bombeiros atenderam a 31 chamados.

No braço da BR 290, um caminhão colidiu com uma árvore tombada na pista. O motorista sofreu ferimentos leves, foi atendido na Santa Casa e liberado. No Clube Caixeiral, as luzes de emergência apenas amenizaram o problema dos foliões que não puderam fazer a festa. A cidade ficou deserta e as pessoas buscavam abrigos em garagens e nos poucos bares ainda abertos. A mesa telefônica da Santa Casa sofreu avaria e parte dos ramais ficou sem comunicação. No final da manhã de sábado, permaneciam fora do ar as rádios São Miguel AM e Charrua AM e FM e os canais de TV aberta e por assinatura. Na Vila Ipiranga, parte de uma casa de alvenaria desabou. Em 12 horas, a precipitação foi de 126,6 milímetros, volume correspondente à média de todo o mês de janeiro. Em Barra do Quaraí, os desfiles de Carnaval foram suspensos 8 minutos depois de iniciados.
(Correio do Povo, 18/02/2007)
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