Carnaval paulista realiza neutralização de carbono com a SOS Mata Atlântica
2007-02-16
Carnaval também é época para assunto sério. A preocupação com a minimização dos impactos do aquecimento global levaram a Fundação SOS Mata Atlântica, a SPTuris e a Key Associados a se unirem em uma ação inédita. As emissões de gás carbônico geradas nos quatro dias de desfile das escolas de samba de São Paulo serão compensados pelo plantio de 1200 árvores em áreas de reflorestamento de Mata Atlântica.
"Vamos fazer do Carnaval de São Paulo o primeiro ecologicamente correto da história", ressalta Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa de turismo e eventos da cidade responsável pela organização do Carnaval. "Dessa forma, não só damos o exemplo como deixamos claro para a sociedade, por meio de ações efetivas, a grande preocupação da Prefeitura de São Paulo com este tema".
"Com este tipo de ação podemos diminuir o impacto de gases como o dióxido de carbono (CO2), que são emitidos na natureza, gerando o efeito estufa e as mudanças climáticas, um problema atual no Planeta", observa Adauto Basílio, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica. A elevação do nível dos oceanos, os incêndios mais freqüentes em áreas florestais e as alterações nas correntes marítimas são alguns dos resultados já aparentes. Para conscientizar a população sobre a necessidade de tomar atitudes no sentido de diminuir o impacto das mudanças climáticas, a Fundação vai colocar faixas e banners no sambódromo. A bandeira de 100 m2 da ONG também será aberta no primeiro dia do evento (sexta-feira). As árvores correspondentes ao Carnaval serão plantadas em Mogi das Cruzes.
Os cálculos da neutralização de carbono no Carnaval foram feitos pela consultoria Key Associados. Dados sobre consumo de energia elétrica, gás, transporte e lixo produzido pelo evento foram levantados pelos especialistas para chegar ao cálculo aproximado de 700 toneladas de carbono. "Este número é confirmado após o evento, quando fazemos nova checagem dos dados", informa Marco Antonio Fujihara, diretor da Key.
No Programa Florestas do Futuro da Fundação SOS Mata Atlântica, as árvores relativas à neutralização são plantadas em áreas de reflorestamento, com mudas nativas, privilegiando regiões de mata ciliar, às margens dos rios. Todo o processo é de responsabilidade da ONG, que contata proprietários de terra, viveiros de mudas nativas, realiza e acompanha o plantio por 5 anos, com auditoria da Price Waterhouse.
Assim como várias empresas já aderiram à campanha pela neutralização de carbono, qualquer cidadão pode calcular quanto emite de CO2 na natureza e quantas árvores deve plantar. Basta entrar no site http://www.florestasdofuturo.org.br e clicar na Calculadora de CO2.
(Envolverde, 15/02/2007)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28002&edt=1