Cientistas pedem ´arca dos anfíbios´ para salvar sapos ameaçados de extinção
extinção de espécies
2007-02-16
Pesquisadores de diversas partes do mundo estão reunidos nos Estados Unidos para organizar um esforço global em defesa dos sapos, ameaçados de extinção pela disseminação de um fungo letal. Os cientistas pedirão que aquários, zoológicos e jardins botânicos cuidem dos anfíbios até que a ameaça seja controlada.
O objetivo do grupo, chamado Arca Anfíbia, é evitar que as mais de 6.000 espécies de sapos, rãs, salamandras e outras criaturas do tipo desapareçam. Cientistas estimam que até 170 espécies de sapos já se extinguiram na última década, por conta do fungo e de outras causas, e que 1.900 outras espécies estão ameaçadas.
"Este é um precedente de uma doença que ataca numa escala equivalente à de todos os mamíferos, todas as aves ou todos os peixes", disse o curador de herpetologia do Zoológico de Atlanta, Joseph Mendelson. "Os seres humanos seriam muito estúpidos ao não prestar atenção nisso".
Os anfíbios - na maioria, sapos - são parte vital da cadeia alimentar, comendo insetos que outros animais ignoram e ligando o mundo da vida terrestre ao da aquática. Sem anfíbios, os insetos não teriam predador e se tornariam uma ameaça à saúde pública e aos estoques de alimentos do mundo.
A Arca Anfíbia pede que os zôos, jardins botânicos e aquários de cada país adotem pelo menos 500 sapos de uma espécie ameaçada, para protegê-los do fungo assassino. Cada animal adotado seria limpo, para manter o fungo fora do santuário.
O fungo não é a única ameaça aos sapos. Ele apenas está dando cabo das espécies mais depressa do que a poluição e o aquecimento global, disse George Rabb, chefe aposentado do Zoológico Brookfield, de Chicago. O grupo estima que o projeto poderá custar até US$ 500 milhões (R$ 1 bilhão).
(AP, 15/02/2007)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2007/fev/15/166.htm