Zona sul do Estado debaterá zoneamento da silvicultura com Fepam
2007-02-15
Está pré-agendado para os primeiros dias de março o seminário entre prefeitos, entidades de ensino e pesquisa da região e técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para discutir as propostas de mudanças na legislação ambiental, conhecida como zoneamento, que pretende nortear a atividade de silvicultura na região. O encontro atende principalmente ao apelo feito pelos prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), que mostraram desconformidade ao conhecerem a versão provisória do estudo elaborado pela Fepam.
Durante a manhã de ontem (14/02), o presidente da Azonasul, Jorge Luiz Cardozo, prefeito de Arroio Grande, foi procurado pelo diretor-técnico da Fepam, Jackson Müller, que se comprometeu em apresentar um novo mapa para a silvicultura e debater com prefeitos e técnicos as propostas de outras alterações necessárias ao projeto de zoneamento que é estruturado. A expectativa de Cardozo é de que a Fepam flexibilize as negociações e torne o licenciamento da silvicultura menos restritivo, atendendo assim, as necessidades e casos de cada um dos municípios envolvidos na cadeia produtiva da base florestal da Metade Sul.
O presidente da Azonasul lamentou o desentendimento entre os órgãos envolvidos no estudo de zoneamento e atribuiu a indefinição sobre o local de instalação da unidade industrial da Votorantim Celulose e Papel (VCP) justamente por estas questões que comprometem o desenvolvimento da atividade no Estado. Ele lembrou, no entanto, que a mesma empresa já anunciou, dentro de um período de tempo menor, a instalação de uma unidade industrial no Mato Grosso do Sul, que, a partir de 2009, vai gerar um milhão de toneladas de celulose e tem investimentos na ordem de R$ 3 bilhões.
“Estamos temerosos com esta situação. Não podemos colocar em risco estes grandes investimentos previstos para a Metade Sul sob pena de permanecermos com as economias de nossos municípios estagnadas por mais cem anos”, alertou.
PREPARAÇÃO
Técnicos da região e representantes de diversas instituições mantêm reuniões permanentes na sede da Azonasul, em Pelotas, para analisar o estudo e encaminhar propostas. O coordenador da Comissão de Meio Ambiente do Corede/Sul, Lélio Luzardi Falcão, sustenta a tese de que as imposições não podem ser apresentadas neste momento e que a região conta com profissionais gabaritados, oriundos de instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Fepagro, Emater, Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), entre outros, as quais precisam participar de estudos que tenham caráter normativo, como é o caso do Zoneamento Ambiental do Rio Grande do Sul.
(Diário Popular, 15/02/2007)
http://www.diariopopular.com.br/15_02_07/p1201.html