Biojóias feitas em Mato Grosso ganha mercado internacional
2007-02-15
As peças confeccionadas em Alta Floresta, no Mato Grosso, já chegaram à França, Inglaterra, Irlanda e Nova Zelândia. A principal matéria-prima utilizada são as sementes da Floresta Amazônica como babaçu, mucuna branca, tamarindo, baxiúba e açaí. A designer da marca também quer buscar contatos nos países árabes.
Na pequena cidade de Alta Floresta, no extremo norte do estado de Mato Grosso - distante 830 quilômetros da capital Cuiabá -, a artesã Lilian Barreto confecciona biojóias que já chegaram à França, Inglaterra, Irlanda e Nova Zelândia. Ela é a designer das peças que utilizam como principal matéria-prima sementes da floresta Amazônica como babaçu, mucuna branca, tamarindo, baxiúba e açaí. A produção média mensal é de mil peças, que recebem fecho com acabamento em macramé e uma etiqueta especial com o nome "Amazônia rara".
A empresária conta que seu interesse no mercado externo foi despertado no final do ano passado. Ela ainda não exporta diretamente, mas por intermédio de seus clientes. Em outubro de 2006, um comprador do Paraná vendeu suas peças para a França e a Inglaterra. Em novembro, outro cliente, que morava no estado do Mato Grosso, levou várias peças quando mudou para a Irlanda.
O contato mais recente, e até então mais promissor, é com um paulista que mora na Nova Zelândia e deve garantir a primeira venda direta da Amazônia rara. "Ele disse que as peças que levou como mostruário chamaram muita atenção e garantiu que deve fechar o primeiro pedido nas próximas semanas", comemora.
"Acredito que há espaço para as exóticas biojóias brasileiras em muitos países por esse mundo afora. Pretendo enviar minhas peças para lugares diferentes e distantes, como os países árabes, por exemplo", afirma.
No mercado interno, as biojóias fabricadas em Alta Floresta fazem sucesso em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para divulgar seu trabalho, Lilian costuma participar de feiras de artesanato em Cuiabá, Brasília e São Paulo.
"Cada dia é um novo desafio e a oportunidade de abrir mais mercados. Comecei montando minhas peças sozinha há cinco anos e hoje tenho quatro funcionárias que me ajudam nos processos de limpeza, tratamento e montagem", conta Lilian. "Eu crio a peça, desenho a matriz e elas vão montando a partir desse modelo", completa.
A artesã também monta peças com detalhes, como formato e cores, ao gosto das clientes, mas, segundo ela, a maior parte dos lojistas a deixa livre para criar o modelo e utilizar os materiais que preferir.
Lilian utiliza ainda um processo de tratamento natural das sementes para não provocar alergias."Apesar do tratamento é preciso tomar cuidado com as peças como: não molhar porque tem um autopoder de germinação, não deixar em lugares abafados como gavetas, guarda-roupas, porta-jóias, e de vez em quando deixar uns quinze minutos no sol", ensina.
Cada peça é acompanhada de uma embalagem especial e um folheto com instruções de como cuidar do produto, em inglês e português.
(24 Horas News - MT, 14/02/2007)
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