A cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia, está com um grau de contaminação por escória de chumbo e de cádmio em nível epidêmico. A afirmação é do professor Fernando Carvalho, da Universidade Federal da Bahia, e foi feita em audiência pública realizada ontem (25/10) na Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados em Brasília. - O chumbo não degrada, não se dissipa, não degenera e é um elemento extremamente tóxico, afirmou o professor Carvalho, que apresentou pesquisas sobre o problema na região desde os anos 70. Carvalho informou ainda que a quantidade colossal de escória está levando lentamente o chumbo para a Baía de Todos os Santos, que corre risco de contaminação. Além de atingir parte da população, a contaminação também está presente no solo e no Rio Subaé, que atravessa Santo Amaro e contém 500 mil toneladas de escória. As pesquisas do professor da Ufba, realizadas nos anos 80, indicaram que a população infantil estava entre as mais prejudicadas pela contaminação, especialmente os filhos de trabalhadores da área.