Wall Street pode se tornar centro das negociações de CO2
2007-02-15
Wall Street, rua símbolo do capitalismo ocidental, poderá se tornar o centro do mundo para o lucrativo mercado de comércio de carbono. Isto caso o governo dos Estados Unidos não ignore as mudanças climáticas. A opinião é do ex-membro do gabinete britânico, Stephen Byers, que lembrou que a Bolsa de Valores de Londres já está desenvolvendo uma infra-estrutura para as empresas, incluindo multinacionais americanas, negociarem emissões de carbono.
“Nós temos uma economia global e estamos andando muito rapidamente para um mercado global de carbono. Wall Street pode ser o centro para isso, porém os EUA não pode deixar a questão retida. Neste caso, a Bolsa de Valores de Nova York irá enfraquecer no que será uma enorme fonte de dinheiro e empregos para literalmente 10 mil pessoas”, afirmou em pronunciamento para a imprensa durante a conferência internacional realizada em Washington.
O Fórum de Legisladores sobre Mudança Climática reúne políticos, empresários e cientistas vindos das nações com maior consumo energético do mundo, uma vez que o evento faz parte do Grupo dos Oito mais Cinco (G8+5) sobre Mudança Climática. O G8+5 é formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, mais os líderes dos países emergentes Brasil, China, Índia, México e África do Sul.
A chanceler alemã, Angela Merkel,, fez o discurso de abertura diretamente de Berlim, através de videoconferência, e destacou que as evidências científicas não deixam mais dúvidas de que a mudança climática é real, provocada pelo homem e trás riscos de desastres irreversíveis se não for tomada nenhuma atitude agora.
Para Byers, os EUA precisa fazer esta escolha rápido. A decisão de investir no tema tem o forte apoio de milionários empresários como o dono do Grupo Virgin, Richard Branson, o presidente da BP América, Bob Malone, e o diretor administrativo da Aços Tata, B. Muthuraman, que participam do encontro.
O Fórum deve pressionar ainda países em desenvolvimento, como a China e o Brasil, para embarcarem na luta contra as mudanças climáticas após o encerramento da primeira fase do Protocolo de Kyoto. Em um encontro com a chanceler alemã ontem, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que está dedicando os meses restantes no cargo para alcançar um novo acordo que suceda Kyoto.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com agências internacionais, 14/02/2007)
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