Tráfico põe em risco espécies de periquitos mexicanos: população da ave diminuiu em quase 90%
2007-02-15
Os traficantes ilegais de animais deixaram em risco de extinção 11 das 22 espécies de periquitos que existem no México, afirmaram na quarta-feira (14/02) na capital do país representantes de grupos de ambientalistas.
As organizações Defenders of Wildlife do México e Teyeliz apresentaram o relatório "O tráfico ilegal de periquitos no México". Os ecologistas explicaram que as populações silvestres das espécies de periquitos em perigo de extinção diminuíram mais de 90% e "agora contam apenas com mil a 10 mil indivíduos".
O relatório acusa o comércio ilegal de afetar em maior ou menor grau 19 das 22 variedades da ave. As mais ameaçadas são o periquito de cara laranja, ou "atolero", o periquito de cara branca ou "cucha", o catarina e o "pechisucio" ou "quila".
As entidades alertam que, além da captura, durante o processo os ninhos são destruídos e os ovos e filhotes ficam abandonados até morrer. "O tráfico ilegal se transforma na maior ameaça aos periquitos e as quantidades extraídas a cada ano, sem controle, acabarão com várias espécies em pouco tempo", prevê o documento.
O diretor de programas da Defenders of Wildlife do México, Juan Carlos Cantù, afirmou que a promotoria ambiental só recupera 2% dos pássaros capturados.
Os grupos lembraram que o México permitiu a caça de aves silvestres para o comércio há 50 anos, levando ao quase extermínio de diversas espécies, como já aconteceu com as tartarugas e as baleias.
O relatório diz que 77% dos periquitos que caem nas mãos de traficantes ilegais morrem antes de chegar ao comprador final. "Desse jeito, algumas espécies desaparecerão em 10 a 15 anos", finalizou o ecologista.
(Efe, 15/02/2007)
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