Produção de mel gera renda e recupera área degradada
abelhas
2007-02-14
A previsão de mudanças climáticas na Floresta Amazônica é uma das maiores preocupações dos especialistas da atualidade. De acordo com dados do novo modelo climático desenvolvido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a região terá em 70 anos um clima mais quente e seco do que o atual, com uma elevação de temperatura de cerca de 6º C. Diante desse cenário, o homem vem trabalhando para amenizar as conseqüências de sua ação sobre a natureza. Uma das alternativas tem sido a produção florestal sustentável que o Governo do Amazonas está apoiando por meio de atividades que gerem produção e mantenham a floresta em pé.
Dentre as atividades desenvolvidas pela Afloram (Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis) em mais de 80% dos municípios do Estado, vem se destacando a meliponicultura, criação de abelhas indígenas sem ferrão, que além de gerar renda e emprego para os moradores da floresta ainda colabora para o reflorestamento e polinização da região.
A criação de abelhas sem ferrão vem sendo disseminada pelo Programa Zona Franca Verde como atividade de baixo investimento, alta rentabilidade e impactos positivos ao meio ambiente já que as abelhas polinizam a região, contribuindo para a manutenção da diversidade florestal. “Com a criação destas abelhas, o homem colabora com a preservação e ainda retira da floresta um produto altamente rentável e aceito em qualquer mercado consumidor.
O segredo é somente o manejo destes animais”, explicou Max Dias, coordenador do Programa de Meliponicultura do Amazonas, desenvolvido pela Afloram.
O técnico explicou que as abelhas precisam da florada das árvores para produzir mel com qualidade e, em troca, o animal espalha pólen e sementes por toda a região, gerando outras árvores. Este processo é um dos mais importantes dentro da cadeia florestal. “Quanto mais abelhas os comunitários criarem, maior é a possibilidade de obter renda para as famílias e mais intenso será o processo de renovação da floresta e recuperação de áreas degradadas, colaborando ainda para o processo conhecido como seqüestro do carbono, que visa conter o acúmulo de CO2 na atmosfera”, avaliou Max Dias.
Desde que começou a ser disseminada pelo Estado, a produção de mel saltou de 2.000kg em 2005 para 4.000kg em 2006, resultado do manejo feito em 3.980 colônias existentes atualmente no Amazonas, cerca de 330 % a mais do que em 2003 quando o Governo do Amazonas implantou a atividade.
(Jornal do Commercio - AM, 13/02/2007)
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