NÃO PODEMOS ESPERAR PELA INDÚSTRIA, DIZ COORDENADORA DO GREENPEACE
2001-10-26
Karen Suassuna, do Greenpeace criticou a postura das indústrias potencialmente geradoras de poluição ambiental, lembrando que em muitas ocasiões, foram taxados de baderneiros. - A primeira reação é negar o problema. O Geenpeace não confia na indústria, reiterou. Para ela, as atitudes somente são tomadas após as denúncias, nunca antes. - O caso da Gerdau foi típico, fomos chamados de baderneiros e depois descobrimos que a empresa fazia o auto-monitoramento na sua planta do Canadá, relembra. A necessidade de instrumentalização do país para que possam ser feitos testes e análises das dioxinas foi levantada pela ativista, que durante sua apresentação foi bastante aplaudida. - Hoje só há um laboratório no país para as análises desse tipo. A indústria geralmente o contesta, sendo que para ser levado a sério, precisa ser feito no exterior, como fizemos com a Gerdau, critica. Atualmente o custo de cada análise de dioxina sai em média US$ 400,00. O diretor-presidente da Fepam afirmou que deverá ser realizado dentro de dois anos, o inventário de POPs. - Essa foi uma das diretrizes da Convenção pelo Banimento desses produtos. A Fepam investiga duas fontes geradoras, a Riocell/Klabin e a Gerdau. Para resíduos perigosos, o Estado já possui dois inventários e encaminha um terceiro. - Esse inventário será realizado com recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), informou. As atividades com maior potencial gerador são: fábricas de cimento, polpa de celulose(cloro) e elementos químicos para branqueamento, queima aberta de resíduos mesmo de lixões, fontes residenciais de combustão, caldeiras industriais, queima de biomassa, crematórias, veículos a motor (gasolina aditivada com chumbo), plantas recicladoras de sucata, refinarias de óleo, entre outras. - Parte dessas fontes são identificáveis, porém o desafio é o próprio consumo da sociedade. Essa transformação é complexa, raciocina Karen Suassuna.