Emissões de gases estufa aumentaram 1,5% em 2006 na China
2007-02-14
A emissão de substâncias poluentes na China aumentou cerca de 1,5% em 2006, apesar das promessas do Governo de conseguir uma redução de 2%, informou a agência estatal "Xinhua". As emissões de dióxido de enxofre, causador da chuva ácida, aumentaram em 463.000 toneladas (1,8% a mais que em 2005) e chegaram a 2,8 toneladas, enquanto a demanda química de oxigênio (coeficiente que mede os poluentes orgânicos oxidáveis em rios e lagos) subiu 1,2%, segundo a agência.
Para a Administração Estatal de Proteção Ambiental (máxima responsável do meio ambiente na China), as altas são conseqüência indireta do crescimento econômico do país no ano passado, "mais alto que o esperado" (10,7%). No Plano Qüinqüenal 2006-2010, Pequim se comprometeu a uma paulatina redução das emissões poluentes até conseguir uma baixa de 10% nos dois indicadores citados, objetivo que, já no primeiro ano, parece difícil de conseguir.
Outra das metas ambientais para 2006, a redução do consumo energético, também fracassou em um ano de elevado crescimento econômico, como a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (principal órgão de planejamento econômico) já tinha reconhecido em janeiro.
A comissão tinha proposto para o ano passado uma redução do consumo energético de 4% por cada unidade de Produto Interno Bruto (PIB), para que no período 2006-2010 se alcance uma queda de 20%. Só no primeiro semestre de 2006 o consumo energético por unidade de PIB aumentou 0,8%, em vez de diminuir.
O aumento do consumo energético vai unido ao da poluição, em um país onde a principal fonte de energia continua sendo o carvão - cuja combustão para produzir energia causa as emissões de dióxido de enxofre. Só grandes cidades como Pequim - que quer "Jogos Olímpicos verdes" em 2008 - estão obtendo melhoras ambientais substanciais, graças, sobretudo, ao fechamento de empresas altamente poluentes, embora muitas delas sejam reabertas em outros lugares do país, por isso a situação não melhora em nível nacional.
(EFE, 13/02/2007)
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1405312-EI238,00.html