Ambientalistas argentinos mantiveram fechadas neste sábado (10/2) as três pontes fronteiriças com o Uruguai em protesto pela construção nesse país de uma fábrica de celulose. Segundo os argentinos, a fábrica contaminará as águas de um rio de soberania compartilhada.
Os manifestantes mantêm bloqueado desde o dia 20 de novembro passado a ponte que une a cidade argentina de Gualeguaychú (230 km ao norte) à uruguaia Fray Bentos, onde a empresa finlandesa Botnia está construindo a polêmica fábrica, eixo de uma controvérsia bilateral.
Além desse bloqueio, ambientalistas de Concordia (440 km ao norte de Buenos Aires) interromperam o tráfego na ponte que liga essa cidade à uruguaia Salto a partir das 17h locais (18h no horário de Brasília) e por cinco horas.
O bloqueio também afeta a passagem internacional entre a cidade argentina de Colón (320 km ao norte) e a uruguaia Paysandú.
Vizinhos de Colón vêm realizando bloqueios de forma intermitente desde o dia 1º de dezembro.
Argentina e Uruguai mantêm um prolongado conflito por causa da fábrica de celulose, embora ambos os governos tenham dado sinais de que iniciarão um diálogo direto para tentar superar a divergência, depois da recente visita de um emissário da coroa espanhola à região.
Apesar disso, o governo uruguaio insistiu que não dialogará enquanto persistirem os bloqueios de estradas. Já os ambientalistas afirmam que continuarão com os protestos até conseguirem a transferência da fábrica da Botnia para outro lugar do Uruguai.
O governo de Tabaré Vázquez rejeitou os argumentos argentinos sobre os riscos de contaminação ambiental e reiterou que a Botnia continuará com a construção de sua fábrica, que començará a operar em outubro deste ano.
O impasse deteriorou as relações bilaterais e ambos os governos recorreram à Corte Internacional de Justiça de Haia (CIJ).
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Último Segundo, 10/02/2007)