Redes de esgoto no Estado não chegam a 10% do necessário
2007-02-12
Os problemas de esgotamento sanitário não estão relacionados apenas à necessidade de instalação e ampliação de estações de tratamento. Uma das principais dificuldades enfrentadas diz respeito à falta de ligação das residências à rede coletora de esgoto. No Rio Grande do Sul, a estimativa é que exista menos de 10% das redes necessárias. O diretor-presidente da Corsan, Jorge Accorsi, afirma que muitos municípios, câmaras e entidades procuram a companhia interessados na instalação de redes de esgoto, mas depois desistem em função do custo da ligação das economias. 'O investimento tem sido feito, mas sem retorno', destaca Accorsi.
Para conseguir a instalação do serviço, a Corsan exige que os municípios contem com legislação que obrigue a população a fazer a ligação. Dos 345 municípios abastecidos pela companhia, apenas 46 têm sistema de esgoto e totalizam 220 mil ligações à rede. Entre as obras da companhia para este ano estão a criação de estações de tratamento de esgoto em Santo Ângelo e Ijuí e extensões de rede em municípios como Tramandaí, Santa Cruz, Uruguaiana, Cruz Alta e Rio Grande. 'São obras caras e contam, em geral, com recursos da União, por meio da Caixa Econômica Federal', salienta.
O consultor técnico da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), Valtemir Bruno Goldmeier, enfatiza que o maior entrave nas ligações das casas às redes de tratamento de esgoto é o valor das tarifas. 'A comunidade, de forma geral, quer a rede de esgoto e sabe que tem que pagar, mas precisamos discutir valores e uma tarifa social. É preciso pensar na situação de pessoas mais humildes.'
(Correio do Povo, 11/02/2007)
http://www.correiodopovo.com.br/jornal/A112/N134/html/07LIGACA.htm